Compostos orgânicos voláteis em tintas imobiliárias: caracterização e efeitos sobre a qualidade do ar em ambientes internos construídos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Patiño Guío, Lyda Milena
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102131/tde-23042014-095532/
Resumo: Materiais de construção como: adesivos, selantes, aglomerados, compensados, carpetes, revestimentos de parede, isolamentos, forros acústicos etc., emitem compostos orgânicos volateis (COVs) em ambientes internos (Niu e Burnett, 2001). No caso da tinta no Brasil, Salasar (2006) indica que \"as tintas à base de solventes emitem 520 vezes mais COVs em relação às tintas à base de água\". Consequentemente aumentos significativos na concentração de poluentes químicos e biológicos do ar em ambientes internos são provocados pelas baixas taxas de troca de ar em conjunto com a emissão de COVs originados pelos materiais de construção dos ambientes internos (Gioda & Neto, 2003). O objetivo nesta pesquisa é identificar compostos orgânicos volateis nas emissões de tintas imobiliárias usadas em ambientes internos na cidade de São Carlos. O laboratório foi realizado com o equipamento de cromatografia gasosa acoplado a espectrometria de massas, com siglas GC/MS, junto com o aparelho para extração da amostra chamado de micro extração de fase sólida (SPME), para duas amostras de cada tinta sendo uma fresca (úmida) e outra seca. O laboratório GC/MS quando é utilizado com micro extração de fase sólida (SPME) é o método mais aproximado do ideal, já que permite qualificar os COVs contidos nas amostras de tinta com maior eficiência que qualquer outro método (Koziel & Pawliszym, 2001). A escolha das tintas, esmaltes e o verniz foram determinadas como aquelas de maior uso e venda entre os pintores e lojas de tintas, respectivamente, na cidade de São Carlos. Os resultados mostraram que as tintas podem chegar a emitir juntas mais de 61 compostos orgânicos voláteis, a maior parte deles causa irritação respiratória e cinco desses compostos são suspeitos de desenvolver câncer, a concentração de cada composto não foi determinada. Uma suposição é que a saúde dos pintores pode estar sendo afetada, pois eles têm contato constante com as emissões das tintas, neste sentido é preocupante que esses trabalhadores da construção civil sejam informais, pois nesta condição o risco à sua saúde pode ser agravado devido à falta de capacitação necessária sobre a utilização do material que estão manipulando. Parte do resultado da pesquisa mostra também por meio de um questionário, as marcas de tintas imobiliárias comumente usadas na cidade de São Carlos, assim como uma noção sobre as doenças que as tintas produzem. O questionário foi elaborado para 40 pessoas entre pintores e vendedores de lojas de tinta na cidade de São Carlos. As fichas de segurança de produtos químicos FISPQ correspondentes para cada tinta omitem informações sobre alguns ingredientes considerados de risco encontrados nas amostras de tintas, como por exemplo, compostos suspeitos de desenvolver câncer. É importante para o Brasil a criação com urgência de um selo ambiental confiável que garanta a baixa concentração de emissão de COVs nas tintas como produto, mediante valores quantificáveis. Se similar ao selo \"Green Seal\", o mesmo daria não só uma forma de controle sobre a emissão de COVs nos prédios senão confiabilidade e garantia. O selo será um parâmetro de exigência nas certificações ambientais para confirmar as baixas emissões de COVs nos materiais das edificações sustentáveis, que até agora são inexistentes.