Água e paisagem agrícola entre os grupos pré-hispânicos da Sabana de Bogotá - Colômbia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Gallo, Diana Lorena Rodriguez
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/71/71131/tde-06082015-144204/
Resumo: O Sistema Hidráulico de Campos Elevados de Cultivo, Camellones, construído ao longo de 2500 anos pelos grupos pré-hispânicos da Sabana de Bogotá, Colômbia, é o tema central da presente tese. O nosso trabalho focou na relação estabelecida entre estes grupos e a água, para determinar de que maneira a interação entre ambos levou a uma forma particular de exploração dos recursos e de ocupação do território. O objetivo geral da pesquisa foi entender como foi organizada a espacialidade e as atividades cotidianas, especificamente durante o período Muisca Tardio (1000 - 1550 DC), em torno do sistema hidráulico, isto é, como se construiu uma paisagem agrícola em um ecossistema de águas abertas, e como mudou essa paisagem com a colonização espanhola durante a segunda metade do século XVI. Apoiados nos conceitos e elementos teóricos da Arqueologia da Paisagem e da Ecologia Histórica, e nos dados arqueológicos, paleo-ambientais, documentais e na fotointerpretação, desenvolvemos uma análise que permitiu estabelecer que o sistema de camellones foi o resultado da inter-relação homem-meio em que os homens criaram uma forma de viver em um meio alagadiço e com grandes áreas de pântano permanente, construindo longos canais para controlar a água, criando áreas de mitigação das enchentes, obstruindo a confluência de alguns rios e elevando os campos para cultivo. A água, longe de ser um problema, se transformou no eixo de um sistema que não só provia alimentos mas também recursos derivados da pesca e da caça. Esta paisagem mudou drasticamente com a colonização espanhola, já que ela transformou o sistema social e produtivo dos Muiscas, o qual sustentava o sistema hidráulico. A mudança na forma de posse da terra, no tipo de plantas cultivadas, na introdução de elementos completamente alheios como o gado, somado à queda populacional, ao rompimento dos laços comunitários tradicionais, enfim, o desabamento do mundo que até então tinham conhecido, dificultou a reprodução social das estruturas necessárias para que o sistema hidráulico sobrevivesse.