Famílias patrifocais: paternagem e socialização dos filhos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Abade, Flavia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-13052014-113027/
Resumo: A instituição familiar apresenta diferentes arranjos de acordo com o contexto social e o momento histórico. As mudanças na composição familiar e em suas relações internas decorreram de vários fatores, inclusive da ação do Estado, que se manifesta, por exemplo, na decisão sobre a guarda dos filhos após a separação. O poder judiciário vem privilegiando a guarda unilateral, concedida na maioria das vezes às mães, mas que passa por transformações, quando é concedida ao pai. Esta pesquisa teve como propósito analisar as formas de organização e convivência em famílias patrifocais de baixa renda, nas quais o pai, separado/divorciado da companheira/esposa e sem a presença dela, mora com o(s) filho(s) que teve com ela e é responsável pela paternagem, isto é, pelos cuidados, e também pela socialização dele(s). Procurou-se investigar o modo de relacionamento do pai com o(s) filho(s), como exerce a paternagem, organiza as tarefas domésticas e as concilia com suas atividades ocupacionais e com sua vida pessoal e afetiva. A coleta de dados foi feita mediante entrevistas com roteiro semi-estruturado gravadas e transcritas na íntegra, com sete pais que moram com filho(s) sem a presença das mães. Para a seleção dos entrevistados utilizou-se a rede de relações pessoais da pesquisadora e foram adotados todos os procedimentos éticos necessários. Após a transcrição das entrevistas, foi realizada a análise dos dados coletados. Dentre os principais resultados, pode-se citar que os pais entrevistados relataram que acreditavam estar em melhores condições de cuidar dos filhos do que as mães, por isso permaneceram com eles após o término do relacionamento conjugal. Alguns solicitaram a guarda junto ao poder judiciário, outros não utilizaram o aparato estatal. Nas famílias patrifocais, há participação das mulheres da parentela e das filhas mais velhas nos cuidados com as crianças. No entanto, o presente estudo encontrou a presença ativa dos pais nos cuidados com os filhos e nos demais afazeres domésticos, concluindo-se que a ausência das mães na casa impõe aos pais maior participação na vida doméstica, alterando a identidade e a subjetividade do homem/pai.