Caracterização da resistência ao herbicida glyphosate em biótipos da planta daninha Lolium multiflorum (Lam.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Ribeiro, Daniela Neves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11136/tde-15072008-131332/
Resumo: Com o objetivo de caracterizar a resistência ao glyphosate em Lolium multiflorum (azevém) foi desenvolvida a pesquisa para: (a) testar a efetividade dos testes de dose-resposta em placas de Petri e em vasos, de acumulação in vivo de ácido shiquímico e de comportamento da fotossíntese líquida, como metodologia de detecção da resistência ao glyphosate em Lolium spp.; (b) caracterizar os mecanismos que conferem a resistência ao glyphosate em azevém e; (c) modelar a relação entre os biótipos susceptível (S) e resistente (R) ao glyphosate por meio de duas variáveis independentes (doses do herbicida e estádios fenológicos) e propor um modelo de predição da resistência ao glyphosate. A avaliação dos testes de detecção permitiu concluir que todos os testes foram adequados para identificar os biótipos resistentes. Na caracterização dos mecanismos de resistência, experimentos foram instalados para analisar o padrão de acúmulo de ácido shiquímico, o comportamento das variáveis fisiológicas e a composição das ceras epicuticulares, assim como, caracterizar a superfície foliar, a absorção e a translocação do 14Cglyphosate. As conclusões foram: as variáveis caracterização da absorção e quantificação e composição química das ceras epicuticulares, não apresentaram distinção entre R e S; todavia, o padrão de distribuição dos tricomas em pares em R difere da distribuição individualizada em S, assim como a translocação do glyphosate foi maior em direção as regiões que não receberam o tratamento no biótipo R. O movimento do glyphosate pelo floema segue a mesma rota dos produtos fotoassimilados sendo diretamente proporcional ao transporte dos carbonos assimilados, como se constatou em R que manteve a taxa de fotossíntese líquida constante durante o experimento. Os baixos níveis de acúmulo de ácido shiquímico constatados em R indicam que o glyphosate não é totalmente inibido de atuar na EPSPs ou que a EPSPs pode ser parcialmente inibida pelo herbicida, permanecendo na forma ativa. Desta forma, a resistência do azevém ao glyphosate, provavelmente, não é atribuída a um único mecanismo de resistência, assim como a maior translocação do herbicida no biótipo R representa um dos prováveis mecanismos que confere resistência. Nos estudos de modelagem, o modelo não-linear que proporcionou uma descrição precisa da relação entre a variável dependente e as variáveis independentes foi a seguinte equação: z = a/{[1+[(x-b)/c]2].[1+[(y-d)/c]2]}, onde z representa a fitomassa fresca relativa (%) na dose x do herbicida; y é o estádio fenológico (número de perfilhos, Np) e a, b, c e d são parâmetros empíricos. Para cada biótipo, ocorre um decréscimo generalizado em relação a fitomassa fresca relativa, comparativamente a respectiva testemunha, com o aumento da dose de glyphosate e com o decréscimo do estádio fenológico (GR50R/S = - 0,0148Np3 + 0,2986Np2 - 1,7758Np + 3,439; R2 = 1,0). O modelo proposto: Z = 100 - {100/[1+[(ax)b]c]}, onde Z representa a porcentagem de controle na dose x do herbicida e a, b, c são parâmetros empíricos que proporcionam um ajuste biológico apropriado aos dados; apresentou o menor quadrado médio do resíduo, comparativamente aos outros modelos utilizados neste tipo de estudo. As informações geradas neste trabalho auxiliam na compreensão da característica da resistência e na interpretação dos efeitos desta nas estratégias de manejo.