Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Cícero Alberto de Andrade |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8146/tde-18062012-101102/
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Resumo: |
A repetição, diria David Hume, nada muda no objeto que se repete em si, mas altera algo no espírito que o contempla: ela desencadeia uma diferença de percepção naquele que observa. Os textos do dramaturgo francês Jean-Luc Lagarce (1957-1995) são marcados pelo retorno sistemático de palavras, frases, expressões, personagens e temas, a ponto de a crítica recente que se articula em torno dele ver nessa característica uma espécie de ethos lagarciano. A análise pormenorizada de dois textos do autor Carthage, encore (escrito no início de sua carreira) e Jétais dans ma maison et j\'attendais que la pluie vienne (no fim de sua vida) revela um aspecto interessante: neles a repetição parece funcionar como uma agulha, tecendo a obra, desencadeando uma outra percepção da temporalidade na qual passado, presente e futuro vão gradativamente diluindo-se, condensando-se: suspende-se a apreensão da passagem do tempo e, simultaneamente, abre-se uma brecha na eternidade. O presente trabalho propõe-se a entender o uso da repetição nestes dois textos percebendo-a como um elemento performativo (de acordo com os trabalhos sobre teatro performativo realizados por Josette Féral, e sobre performance, de Paul Zumthor e Renato Cohen), isto é, cujo emprego numa sentença cria uma força ilocucionária capaz de produzir um efeito de suspensão temporal, alterando a percepção do público (leitor ou espectador). |