Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1994 |
Autor(a) principal: |
Buti, Marco Francesco |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27131/tde-24042019-140120/
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Resumo: |
Este trabalho procura apresentar os processos mentais que acompanharam a materialização das gravuras. Eles só podem existir através da experiência deste fazer. Para maior clareza, resume separadamente o desenvolvimento do trabalho plástico e das reflexões sobre a gravura: no entanto, elas formam um só corpo, são absolutamente indissociáveis. A primeira imagem, formada pela justaposição de 25 gravuras, origina-se de trabalhos Anteriores, ligados ao espaço urbano. No momento da sua elaboração, foi pensada como síntese e encerramento dessas buscas. Ela incorpora reflexões quanto à materialidade e linguagem da gravura, suas técnicas, e as possibilidades da gravura contemporânea no Brasil face a produção internacional. Estas preocupações mantem-se constantes durante todo o desenvolvimento do trabalho, apesar das mudanças, as vezes inesperadas, sofridas pelas imagens. O segundo segmento agrupa imagens baseadas na forma circular. Aqui o trabalho evolui procurando transformar a perfeição do círculo numa presença instável e distante; a forma abre-se gradativamente para o espaço, respeitando sempre o círculo como estrutura básica, indicada porém de maneira cada vez mais indireta. Este processo atinge limites de configuração, onde a forma circular se dissolve quase totalmente. A partir deste ponto começa o terceiro segmento, que usa arcos de círculo com o mesmo raio como estrutura, e procura acentuar a incorporação de linhas acidentais a gravação. Inesperadamente, as imagens voltam a criar alusões ao espaço urbano, voltando a dialogar com a primeira gravura deste trabalho e outras anteriores . Em todo este processo, foi constante a presença de um projeto irrealizado, que deveria produzir imagens incompletáveis, pela permutação entre 64 gravuras. Das infinitas possibilidades, nenhuma chegaria a construir plenamente uma imagem definitiva. Considerada inviável, esta ideia acabou orientando o desenvolvimento do trabalho efetivamente realizado, tanto consciente como inconscientemente. Os textos que se intercalam as imagens abordam questões centrais da gravura, discutindo também aspectos essenciais ligados ao fazer, que só podem ser adequadamente enfocados através da experiência direta. 1. A gravura, apesar de evidentemente ligada aos questionamentos mai s amplos da arte, também tem sua singularidade, consequência da integração do pensamento com materiais e técnicas distintas. A própria estrutura da imagem e seu significado dependem desta consciência gráfica. 2. A multiplicidade inerente a imagem gráfica deve ser pensada sempre numa perspectiva histórica. O desenvolvimento de outros meios de reprodução, com capacidade praticamente infinita, aproxima a gravura da obra única. 3. Portanto, a gravura é levada a se auto-examinar em profundidade. Essa indagação se incorpora ao fazer, contribuindo também para determinar a estrutura das imagens 4 . Analisada não apenas como imagem final, mas também em ontologia da imagem gráfica torna-se mais aparente. Esse enfoque dificilmente poderá ser desenvolvido sem a experiência direta, em que fazer reflexão seja uma única atitude. |