Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Cardoso, Fabricio Azevedo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17142/tde-25092024-102400/
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Resumo: |
Introdução: A articulação do quadril apresenta inervação complexa, o que torna um desafio a analgesia adequada no pós-operatório de artroplastia total primária de quadril (ATPQ). A dor em região lateral de coxa é importante causa de dor decorrente desta cirurgia e está diretamente relacionada à incisão cirúrgica. O bloqueio do grupo de nervos pericapsulares (bloqueio PENG) e o bloqueio do nervo cutâneo femoral lateral (BNCFL) são bloqueios periféricos sensitivos com potencial de analgesia da cápsula articular coxofemoral e da região lateral de coxa, respectivamente. O objetivo principal do estudo foi avaliar se a associação do BNCFL ao bloqueio PENG influencia a analgesia pós-operatória de cirurgias de ATPQ. Objetivos secundários incluíram identificar efeitos adversos, avaliar a presença de bloqueio motor, avaliar o uso de opioides de resgate no pós-operatório e avaliar o grau de satisfação com a analgesia do quadril operado. Métodos: Foi proposto um ensaio clínico controlado, aleatório e encoberto com 74 pacientes para cirurgias de ATPQ, em que 37 receberam o bloqueio PENG (GPENG) e os outros 37 receberam o bloqueio PENG e o BNCFL (GPENG+CFL). Foram avaliados: presença e intensidade da dor no pós-operatório em repouso e em movimento em 4, 12, 24 e 48 horas, pela escala numérica da dor (END); número de solicitações e consumo total de opioides para resgate da dor; presença de bloqueio motor; incidência de efeitos adversos; e grau de satisfação dos pacientes com a analgesia no quadril operado. Todos os pacientes foram acompanhados por 48h. Resultados: Setenta e quatro pacientes foram alocados aleatoriamente entre os grupos. Significativamente menos pacientes referiram dor no GPENG+CFL comparado ao GPENG: em repouso, em 4h (p=0,088), 12h (p=0,016) e 24h (p=0,0252); e em movimento, em 4h (p= 0,0002), 12h (p=0,0003) e 24h (p= 0,0166). Quanto à intensidade da dor, a dor moderada foi significativamente menor no GPENG+CFL comparado ao GPENG em 4h em repouso (p=0,0181) e em movimento (p=0,0032). Em 12h, dor leve e moderada foram significativamente menores no GPENG+CFL comparado ao GPENG em repouso (p=0,0036) e em movimento (p=0,0025). Em 24h de pós-operatório, a dor leve foi significativamente menor no GPENG+CFL comparado ao GPENG em repouso (p=0,0353). O consumo total de opioides foi significativamente menor no GPENG+CFL comparado ao GPENG até 48h de pós-operatório (p=0,0188). Não ocorreram efeitos adversos no estudo e a incidência de bloqueio motor foi similar entre os grupos (1 em cada grupo) em 4 horas e ausente em 12h. Não houve diferença entre os grupos para o grau de satisfação (p=0,2509). Conclusão: A associação do BNCFL ao bloqueio PENG resultou em melhor analgesia em repouso e em movimento comparado ao bloqueio PENG isolado nas primeiras 24 horas após ATPQ sob incisão posterolateral. Também houve redução do consumo total de opioides em até 48h de pósoperatório sem interferência no grau de satisfação dos pacientes com a analgesia do quadril operado. |