Existe ensino em macacos-prego (Sapajus spp)? Análise do comportamento do macaco quebrador em eventos de quebra de coco com e sem audiência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Sá, Bruna Rezende Malta de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-11092023-164626/
Resumo: A influência social na aprendizagem de quebra de cocos por macacos-prego (Sapajus spp.) tem sido bastante estudada, entretanto, ainda não foi pesquisado se há alteração comportamental do macaco proficiente em decorrência da observação por coespecificos. A alteração comportamental na presença de coespecíficos inexperientes pode facilitar a aprendizagem dos observadores e auxiliar na manutenção de tradições comportamentais. A partir de definições abrangentes, a facilitação de aprendizagem decorrente da alteração comportamental na presença de audiência ingênua pode ser chamada de ensino. Esse tipo de comportamento já foi registrado em chimpanzés, abelhas, formigas, suricatos, felinos e outros carnívoros. Assim, o presente projeto tem como objetivo, a partir de uma reflexão do conceito de ensino, verificar se os quebradores proficientes realizam, no contexto da quebra de cocos em macacos-prego semi-cativos, alterações comportamentais condizentes com o que que pode ser chamado de ensino. Partimos da hipótese de que, caso haja ensino, as ações dos quebradores se alterariam conforme a audiência. Registramos as categorias: pegar o coco ou martelo, posicionar e golpear o coco e comparamos as frequências de ocorrência em eventos com e sem audiência, considerando também a maturidade dos observadores e o número de indivíduos presentes na audiência. Após a realização de testes de Wilcoxon, Kruskal-Wallis e a construção de modelos lineares mistos, não encontramos diferenças significativas, indicando ausência de ensino. Defendemos, entretanto, que expandir as análises quantitativas para outras populações de macacos-prego que utilizam ferramentas pode auxiliar na ampliação do entendimento sobre o papel dos macacos proficientes na aprendizagem dos macacos imaturos. Concluímos também que análises qualitativas podem revelar nuances de uma regulação comportamental entre quebrador e observador que escapam às análises quantitativas.