O ideal do belo como princípio, meio e fim do ensino-aprendizagem da Física

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Silva, Ivan Lúcio da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81131/tde-01082011-160050/
Resumo: Entre as pretensões deste trabalho, situa-se a construção de instrumentos interpretativos com base em confluências dos pensamentos de Nelson Goodman, John Dewey e Ludwig Wittgenstein no âmbito da epistemologia, a fim de ir ao encontro dos méritos destas filosofias para a liberação de modos valiosos de relacionamento com os saberes científicos. Tais modos, até aqui, têm sido majoritariamente negligenciados pela educação em ciências. O uso desses instrumentos permitirá compreender que - como um dos resultados mais característicos que se seguem da montagem da civilização atual - a legitimação pública do empreendimento científico se fez ao preço do estreitamento nos modos de ver a ciência, a ponto de impedir a apreciação do seu rico potencial de significados. A relação do homem comum com a ciência segue, hoje, obediente ao comando de demonstrações ruidosas da técnica, sob a fascinação de objetos e formas de vida que simbolizam seus êxitos de manipulação e reprodução. Alinhadas com esta tendência, as expectativas das sociedades modernas voltam-se mais e mais para uma instrução comprometida com a preparação de indivíduos funcionais, capazes de fazer aplicação objetiva e eficiente de procedimentos para o fim de materializar produtos e serviços com valor de mercadoria. Este processo marca o domínio simbólico com a construção de um particular sistema de símbolos que, ao se consolidar, remove os vestígios da experiência do sítio do conhecimento científico. Com o propósito de restaurar a continuidade entre ciência e experiência, deve-se lançar luz sobre as interações fecundas que os significados singulares efetivados no curso da prática da ciência mantêm com a estrutura sistemática abstrata que emerge como sua forma acabada. Para fechar esse hiato, aposta-se na articulação de uma concepção educacional aberta à apreciação estética dos artefatos simbólicos da ciência. A transição de uma leitura da física dominada por suas conseqüências técnicas para outra que também captura seus modos de funcionamento estético é feita por intermédio da analogia que aqui se demonstra existir entre dois processos, a saber, aquele em que a visão estética de um artefato da física se estabelece nas mediações educativas e o percurso da apreciação das performances de uma obra musical. Desta analogia, irá se configurar uma imagem do ensino de física como arte de performance.