Deficiência mental e discurso pedagógico contemporâneo.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Cirilo, Marisa Assunção
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-13032009-150325/
Resumo: Trata-se de pesquisa teórica que tem o propósito de colocar em crise o conceito de deficiência mental, averiguando em que medida esta teorização, construída sob a influência das abordagens médica, psicológica e pedagógica, foi decisiva para excluir crianças cuja performance não condizia com o ideal de aluno surgido no contexto do ensino público obrigatório. Para tanto, fizemos o resgate histórico sobre o tema da deficiência mental procurando rastrear em que contextos se observaram os deslizamentos semânticos tais como retardamento mental e debilidade mental, embasando-nos em autores como Postel, Quetel, Bercherie, Ajuriaguerra, Double, Foucault, Mannoni e Lacan; argumentamos sobre o tema a partir do eixo teórico da Psicanálise como uma produção discursiva que vingou juntamente com o advento de um ideal de ciência objetivada, o cientificismo-tecnicismo, e que teve na hegemonia do discurso médico seu sustentáculo, orientando nossa análise nos estudos de autores como Freud, Lacan, Mannoni e Alemán; abordamos a migração para a Pedagogia da abordagem cientificista-tecnicista e apontamos alguns de seus efeitos, apoiados em autores como Arendt, Lefort e Azanha; por último, destacamos que um giro na posição de deficiente mental poderia ser alcançado com a produção de um saber singular, que tanto pelo lado do aluno como do professor seria a implicação e concluimos que as políticas públicas de inclusão escolar, ao mudar o foco deliberativo sobre o aluno deficiente mental, do discurso médico para o jurídico, acabaram por desencadear uma abertura no jeito de considerá-lo no currículo escolar apesar de ter acirrado o mal estar na educação.