Saúde e escravidão na ilha de Santa Catarina (1850-1888)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Mattos, Débora Michels
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-18112015-113742/
Resumo: A tese tem como objetivo correlacionar à escravidão a problemática da saúde na Ilha de Santa Catarina entre os anos de 1850 e 1888. Visa-se demonstrar a representatividade das populações de origem africana e seus descendentes nas condições de escravos, livres e libertos, em relação ao cômputo geral da população. Descortinam-se as modalidades de trabalho por eles exercidas, bem como as estratégias de sobrevivência criadas num contexto assinalado pela exploração da mão de obra escrava concomitantemente ao crescente movimento em favor da emancipação e da abolição. Sob a perspectiva da saúde, intenta-se mostrar como médicos, cirurgiões e farmacêuticos, saídos das instituições de ensino superior criadas após a Independência, se posicionaram contra as práticas populares de cura desempenhadas por africanos e afrodescendentes. Além disso, aponta-se para a frequência com que esses mesmos profissionais recorriam aos saberes e fazeres de curadores negros, ao lado de uma sociedade que igualmente acolhia tais formas de enfrentamento para as doenças, isto é, as formas gestadas no universo da cultura popular. A problematização dos discursos elaborados acerca da saúde e da escravidão no Brasil e na Ilha de Santa Catarina explicita as contradições neles presentes a partir do posicionamento dos intelectuais e da imprensa da época. Considerando as precárias condições de vida das populações levadas ao cativeiro, bem como aquelas observadas em relação aos africanos e afrodescendentes livres e libertos, submetidos à constante violência, indaga-se sobre o nível de interação da medicina social com a escravidão. Nesse sentido, reflete-se sobre como a problemática da saúde e da doença foi pensada para as pessoas acima mencionadas e, por sua vez, em que nível elas acolhiam essa medicina.