Caracterização de pacientes colonizados/infectados por Acinetobacter baumannii em uma unidade de terapia intensiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos, Alisson Junior dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22134/tde-17032021-085829/
Resumo: O Acinetobacter baumannii é um dos patógenos oportunistas mais importantes envolvidos na ocorrência de infecções hospitalares. Na última década, este microrganismo tornou-se realidade crescente nos hospitais, seja como colonizante ou agente infeccioso em pacientes críticos, trazendo grande impacto na morbidade e mortalidade nos serviços de saúde. Nos últimos anos tem-se assistido a um aumento preocupante de infecções por microrganismos multirresistentes, dentre eles, o A. baumannii, o que vem representando com um grave problema de saúde pública à nível mundial. Neste sentido, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é apontada como a área de maior atenção quanto à prevalência de microorganismos multirresistentes. A relevância clínica ocasionada pelo A. baumannii e confirmação de cepas com multirresistência no ambiente hospitalar necessita de maior conhecimento acerca da epidemiologia envolvida junto aos pacientes assistidos. Este estudo objetivou caracterizar os aspectos sociodemográfico e clínico-epidemiológico de pacientes internados em UTI acometidos por A. baumannii. Trata-se de um estudo quantitativo, exploratório e descritivo no qual os dados foram coletados de maneira pregressa. O estudo desenvolveu-se num hospital filantrópico de cuidados de alta complexidade por meio da análise de prontuários de pacientes internados na UTI com identificação em culturas de A. baumannii no período de 2014 a 2018. As variáveis contempladas no estudo foram coletadas através da utilização de formulário semiestruturado, sendo analisados 169 prontuários. Houve predominância por pacientes do sexo masculino (58%), idade superior a 60 anos (60,9%) com média de idade que variou de 19 a 92 anos. Quanto à procedência prévia à internação hospitalar, 47,9% dos pacientes foram provenientes de outras instituições hospitalares, sendo a sepse (48,5%) como diagnóstico principal de internação na UTI. Dos pacientes identificados com A. baumannii, 63,3% foram classificados com infecção, sendo o foco pulmonar (90,6%) como o sítio prevalente para infecção, com tempo médio de ventilação mecânica de 29,79 dias. Referente ao uso prévio de betalactâmicos previamente à identificação de A. baumannii, 72,2% fizeram uso de piperacilina + tazobactam. Quanto à conduta terapêutica implementada após identificação de A. baumannii, a utilização de polimixina B (36,7%) foi prevalente junto à população do estudo. O tempo médio de internação hospitalar dos pacientes foi de 42,85 dias, sendo que o desfecho hospitalar predominante junto a estes pacientes foi o óbito (65,7%). Este estudo identificou o A. baumannii como fator determinante para a ocorrência de infecções, tempo prolongado de internação e desfecho hospitalar desfavorável nos pacientes internados em UTI. Conhecer a população assistida na UTI e a sua evolução clínica é de suma importância, pois possibilita detectar mudanças, formular objetivos, definir estratégias qualitativas e quantitativas, a fim de contribuir na assistência aos pacientes críticos. Através da consolidação de estratégias baseadas nas características clínicas e epidemiológicas, que favoreçam mudanças das estratégias de cuidado na UTI, pode-se obter o alcance de resultados que impactem positivamente nas práticas assistenciais.