Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Crescente, Juliana Goldbaum |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-05042017-154351/
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Resumo: |
Introdução: Os anticorpos anticitoplasma de neutrófilos (ANCA) são classificados em três padrões observados na imunofluorescência indireta (IFI) utilizando neutrófilos humanos fixados em etanol e formaldeído como substrato. O c-ANCA apresenta forte associação com a enzima neutrofílica proteinase 3 (PR3), enquanto o p-ANCA está fortemente associado à mieloperoxidase (MPO). Na hepatite autoimune (HAI), colangite esclerosante primária (CEP) e doença inflamatória intestinal (DII) é observado outro padrão de IFI classificado como p-ANCA atípico que não apresenta reatividade contra as enzimas PR3 e MPO. Objetivo: Determinação da frequência dos diferentes padrões de ANCAs na CEP com ou sem DII concomitante (CEP/DII+, CEP/DII-), em três subtipos de hepatite autoimune (HAI-1 com anticorpo antimúsculo liso padrão tubular; HAI-2 com anticorpo antimicrossoma de fígado e rim tipo 1; HAI antiantígeno hepático solúvel/fígado e pâncreas, na colangite biliar primária (CBP) e em controles saudáveis. O anticorpo antinúcleo poderia estar presente em todos os subtipos. Os resultados dos ANCAs foram comparados com os do ELISA para verificação de concordância entre os padrões e as reatividades antigênicas. Metodologia: Foram estudados 249 pacientes (42 CEP/DII+; 33 CEP/DII-; 31 HAI-1; 30 HAI-2; 31 HAI-3; 52 CBP; 30 indivíduos saudáveis). As amostras de soro desses pacientes foram processadas pelos ensaios comerciais INOVA: ANCA Etanol, Quanta LiteTM MPO ELISA, Quanta LiteTMPR3 ELISA, Quanta LiteTM FAN HEp-2; e em lâminas com neutrófilos humanos fixados em etanol preparadas in house. Para as análises estatistícas foram utilizados os testes de Fisher com correção de Holm, os testes kappa e de McNemar. Resultados: O p-ANCA esteve presente em 4 (1,6%), o c-ANCA em 3 (1,2%), o p-ANCA atípico em 62 (24,9%), o c-ANCA atípico em dois (0,8%) e o padrão inconclusivo em 14 (5,6%) de 249 amostras testadas. O p-ANCA atípico foi mais frequentemente detectado na CEP/DII+ (52,4%; IC 95% = 37,7-66,6) em relação à CEP/DII- (21,2; IC 95% = 10,4-38,0), p=0,005. Não houve diferença significante na frequência do p-ANCA atípico na CEP/DII- em relação a CBP (15,38%, IC 95% = 7,83-27,89), p=0,501. O p-ANCA atípico foi significantemente mais positivo na HAI-1 (45,2%, IC 95% = 29,15-62,24, p < 0,001) e HAI-3 (32,3%, IC = 18,46-49,97, p=0,012) em comparação a HAI-2 (3,3%, IC 95% = 0-18,09). Não foi detectada diferença entre a HAI-1 e a HAI-3 (p=0,434). Ao considerarmos todos os padrões conjuntamente, persistiram as mesmas diferenças significantes entre a CEP/DII+ versus CEP/ DII- (p=0,037) e entre a HAI-2 versus HAI-1 (p=0,011) e versus HAI-3 (p=0,024). A reatividade do anti-PR3 foi encontrada em 25 das 249 amostras, sendo mais frequente na CEP/DII+ (31,0% IC 95%: 22,94 - 50,88) do que na CEP/ DII- (12,1%, IC 95%: 4,52-29,46, p = 0,025). Anticorpos anti-MPO foram identificados em oito de 249 amostras (3,2%). Das 25 amostras positivas para o anti-PR3 apenas uma apresentou c-ANCA; outras duas amostras positivas para o c-ANCA foram negativas para o anti-PR3. As oito amostras positivas para o anti-MPO não apresentaram reatividade para o p-ANCA e as quatro que tinham esse padrão não foram reativas para o anti-MPO. Entre as 62 amostras reativas para o p-ANCA atípico 49 não apresentaram reatividade para o anti-PR3 e anti-MPO. Das treze amostras positivas para o p-ANCA atípico e que exibiram reatividade ao ELISA, doze apresentaram positividade para o anti-PR3 e uma para o anti-MPO e para o anti-PR3. Conclusões: 1) Do ponto de vista de reatividade dos ANCAs e do anti-PR3 a CEP/DII+ teve comportamento diferente da CEP/ CEP/ DII - que que que que teve comportamento semelhante ao da CBP, o que pode sugerir que a maior frequência do p-ANCA atípico e do anti-PR3 esteja mais associada à DII do que à CEP; 2) Quanto à reatividade dos ANCAs, pacientes com HAI-1 e HAI-3 tiveram características semelhante entre si e diferente do da HAI-2; 3) Não houve concordância entre os resultados da IFI para os padrões c-ANCA e p-ANCA clássicos e os do ELISA anti-PR3 e anti-MPO; 4) A melhor concordância de leitura dos padrões do ANCA foi para o p-ANCA atípico, porque a maioria dos soros com esse padrão não teve reatividade nem para o anti-PR3 nem para o anti-MPO por ELISA; 5) Para doenças do aparelho digestivo (DII, CEP e HAI) é difícil relacionar os padrões do ANCA obtidos na imunofluorescência indireta com a reatividade observada nos ELISAs comerciais |