Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Gomes, Maria Coelho Araripe de Paula |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-24072023-152955/
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Resumo: |
Este trabalho insere-se no campo dos estudos relativos à literatura e ensino, com especial interesse nas práticas de mediação de leitura literária em contexto escolar. Realizamos um projeto de ensino com autobiografias de leitor e diários de leitura (MACHADO, 1998; LEJEUNE, 2014) durante três anos em uma escola pública federal da cidade do Rio de Janeiro e, a partir dessa experiência, apresentaremos e analisaremos a contribuição dessas escritas subjetivas (FRUGONI, 2017) para os processos de formação do leitor literário, compreendendo-as como ferramentas mediadoras importantes que dão concretude às apropriações singulares da relação leitor-texto (ROUXEL, 2012), bem como a seus atravessamentos contextuais e intersubjetivos. Por meio de pesquisa bibliográfica e análise documental como principais métodos de investigação, propusemos de início um levantamento histórico das problemáticas em torno dos objetivos e práticas de ensino de literatura, apontando questões que ainda sustentam a vacilação didática frente aos seus objetivos e especificidades metodológicas (COLOMER, 2001; ZILBERMAN, 2009; MONTES, 2017; PONDÉ, 2017), além de apontar algumas fissuras que tornam desigual o direito à literatura (CANDIDO, 1970). Em seguida, propusemos algumas alternativas à perspectiva hegemônica de ensino de literatura, dando centralidade ao leitor empírico, à leitura subjetiva e à literatura enquanto prática cultural. Nesse sentido, defendemos a dimensão narradora dos sujeitos (RICOUER, 2011; BRUNER, 2014; PETIT, 2013) como fundamento epistemológico, princípio de um agir educativo (FREIRE, 1996) que contribui para a implicação dos estudantes em seus processos de aprendizagem em uma perspectiva inventiva, autoral, comunitária e emancipatória. A partir desses pressupostos, analisamos as autobiografias de leitor e, principalmente, os diários de leitura produzidos pelos estudantes, com vistas a comprovar a hipótese de que o diário de leitura é capaz de forjar outras espaciotemporalidades (PARENTE, 2010), favorecendo uma relação processual e dialógica do leitor com os textos lidos em sala de aula (BAJOUR, 2012). Além disso, conjuga subjetividade e análise (SOUZA, 2018) e contribui para que os estudantes se apropriem de seus processos de formação leitora, legitimando seu pertencimento a uma comunidade cultural. |