Desenvolvimento de uma intervenção para promoção de comportamentos pró-sociais e prevenção à violência escolar no contexto da educação infantil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Freitas, Iara da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-11122023-132135/
Resumo: A violência escolar se refere a um fenômeno complexo, com determinantes múltiplos, que pode englobar violência física, psicológica, sexual, bullying e cyberbullying, ser perpetrada por pares, educadores e outros membros da comunidade escolar, bem como ocorrer nas dependências da instituição, em suas imediações, ou no ambiente on-line. Comportamentos pró-sociais abrangem ações voluntárias direcionadas a beneficiar outros indivíduos. Considerando-se a relevância de promover esses comportamentos em escolas desde a primeira infância, mostram-se necessários estudos para o desenvolvimento de intervenções que possam respaldar as práticas dos professores. A literatura aponta que a abordagem cognitivo-comportamental pode oferecer contribuições relevantes nessa direção. Com base no exposto, o presente estudo teve por objetivo geral descrever o processo de desenvolvimento de uma intervenção cognitivo-comportamental, do tipo universal, com foco no fortalecimento de habilidades de professores da educação infantil relacionadas à promoção de comportamentos pró-sociais e prevenção à violência escolar. A tese é composta por quatro estudos, sendo os de 1 a 3 apresentados em formato de artigo. O Estudo 1 consiste em uma revisão integrativa da literatura, que descreve intervenções baseadas em evidências, disponíveis na literatura nacional e internacional, voltadas à promoção de comportamentos pró-sociais no contexto escolar. Foram realizadas buscas em seis bases de dados, resultando na inclusão de 21 artigos. Dezenove pesquisas relataram efeitos positivos das intervenções na promoção de comportamentos pró-sociais e em outros desfechos avaliados. O Estudo 2 consiste em uma revisão integrativa, que descreve intervenções disponíveis na literatura, preventivas a comportamentos relacionados à violência escolar, do tipo universal, embasadas pela abordagem cognitivo-comportamental, direcionadas a crianças e/ou profissionais no contexto educacional, e seus resultados. Foram realizadas buscas em oito bases de dados, resultando na inclusão de 14 estudos. Treze pesquisas reportaram efeitos positivos na diminuição de comportamentos agressivos no contexto escolar e em outros desfechos avaliados, como melhora nos escores relacionados a comportamentos pró-sociais, regulação emocional, resolução de problemas e componentes acadêmicos. O Estudo 3 consiste em uma pesquisa descritiva e de fonte secundária, que abrange o processo de desenvolvimento da intervenção. Os resultados envolveram a construção de uma proposta de intervenção com dez encontros, a elaboração de protótipos de materiais a serem utilizados e a indicação por especialistas de elementos facilitadores e barreiras antevistos à adoção, implementação e sustentabilidade da intervenção na educação infantil. O Estudo 4 avaliou a viabilidade de construção conjunta da intervenção entre equipe da escola e equipe de pesquisa. Participaram quatro gestores de uma escola de educação infantil da rede pública, municipal, localizada na região sudeste do estado de São Paulo, os quais responderam a um questionário. Os resultados apontaram a indisponibilidade da escola em dar seguimento ao processo de co-construção da intervenção. Considera-se que os achados oferecem colaborações à agenda de pesquisa em prevenção à violência escolar, ao avanço da pesquisa relacionada à abordagem cognitivo-comportamental em escolas, e à divulgação científica de processos envolvidos no desenvolvimento de intervenções. Sugere-se que estudos futuros contemplem consulta a diferentes membros da comunidade escolar, testagem e refinamento de materiais, e avaliação piloto do programa.