O letramento na contemporaneidade: o papel das narrativas na aprendizagem da leitura e da escrita e sua relação com as mídias contemporâneas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Nanci, Katia Arilha Fiorentino
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-28062018-140656/
Resumo: O presente trabalho propõe contribuir para a compreensão do letramento, por nós concebido como um processo resultante das relações dinâmicas entre oralidade e escrita, porém atualmente perpassadas pelo uso das mídias às quais os alunos têm acesso. Assumimos o pressuposto de que as narrativas exercem papeis importantes na aprendizagem da leitura e da escrita de qualidade e que, nos dias atuais, elas são cada vez mais veiculadas por outros meios o cinema, a TV, os games. Partindo da hipótese de que essa coocorrência de narrativas em vários suportes interfere positiva ou negativamente no processo de letramento, nosso objetivo consistiu em analisar o desempenho de alunos participantes do projeto Desafios na oralidade, leitura e escrita, implicando suas preferências quanto às mídias contemporâneas. A partir da análise de testes de leitura feitos com duas turmas do terceiro ano do Ensino Fundamental, constatamos diferentes posicionamentos subjetivos dos leitores. Dessas turmas, escolhemos oito alunos meninos e meninas com baixo e alto desempenho nos testes , cotejando suas performances de leitura com suas produções escritas. Posteriormente, a partir de entrevistas, analisamos como esses alunos retomam na oralidade histórias recordadas de memória. Indagamos também sobre as mídias mais acessadas por essas crianças e observamos como se dá a coocorrência ou concorrência dessas preferências em relação aos modos de ler de cada aluno. Tivemos, então, como referência, um panorama multimodal de memória e expressão, que envolve e implica os conteúdos escolares. A partir daí, exploramos um cenário mais amplo: notamos, por um lado, como os produtos da indústria cultural são pregnantes e geralmente oferecem imaginários simplistas; por outro, observamos que as mídias podem constituir ferramentas quando se articulam com conteúdos culturais de qualidade, pois contribuem para a formação de ricos imaginários que ampliam o processo de letramento. A partir da heterogeneidade dos desempenhos observados, apontamos que a articulação entre conteúdos midiáticos e letramento escolar requer mediações. Em alguns casos observados na pesquisa, a mediação bem estruturada garantiu o sucesso da consolidação da leitura e da escrita dos alunos. Em outros casos, sem o mesmo sucesso, notamos certo esvanecimento da presença familiar. Nossa conclusão é que a propalada autonomia das crianças em seus intensos contatos com as mídias contemporâneas precisa ser questionada, que a intermediação da família e da escola ainda são imprescindíveis, sobretudo no campo da aprendizagem da leitura e da escrita, e que uma boa amarração entre conteúdos culturais de qualidade em diversos suportes contribui para o letramento.