Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Albino, Danielle |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-15012015-183421/
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Resumo: |
As tradições urbanas têm participação antiga no município de Osasco/SP. Sabe-se que a geomorfologia local, marcada pela dinâmica das planícies aluviais, limitou a exploração agrícola das terras, assim como desfavoreceu os processos de ocupação. Sua proximidade com a cidade de São Paulo também promoveu formas de uso do solo profundamente vinculadas às necessidades da capital, de modo que a região se configurou muito mais como uma área periférica à expansão urbana paulistana do que como uma extensão rural dela, assumindo claras funções industriais e suburbanas. O cotidiano local, entretanto, ainda hoje abriga traços de uma cultura rural que não podem ser ignorados, mesmo que as estatísticas oficiais não tenham confirmado a presença de expressivas atividades agrícolas no seu passado. Em linhas gerais, esta pesquisa (financiada pela CNPq) se propôs a investigar a origem desta suposta ruralidade ainda atuante no município, apesar da sua intensa urbanização. A questão da identidade cultural revelou enorme complexidade nessa área: a ampliação do parque industrial na década de 1940 transformou o então subdistrito paulistano num grande pólo de atração populacional, de forma que inúmeros migrantes vivenciaram a transição de uma realidade rural e agrícola para um cotidiano urbano e industrial. Obstante a ampla diversidade cultural que passou a interagir naquele espaço, as identidades rurais e urbanas permaneceram como importantes referenciais para a cultura local, não sendo interpretadas como dualidade de oposição, mas como aspectos complementares daquele cotidiano. Como resultados desta pesquisa compreendemos que: a) os traços culturais verificados no território osasquense poderiam ser considerados rurais na medida em que foram vivenciados pelos migrantes em suas terras de origem e posteriormente reproduzidos no município de destino; b) a persistência de alguns caracteres deve-se à iniciativa de vetores intelectuais que resgataram tradições dentro de uma perspectiva essencialmente cultural, mas que foram assumidas pelos moradores locais como manifestações legítimas de cultura e religiosidade; c) o termo rusticidade utilizado por Antônio Cândido refinou a análise na medida em que desassociou a concepção de cultura rural da ideia de localização rural, ou seja, reafirmava a possibilidade de sua reprodução em contextos de intensa urbanização, tal como verificamos no município. Neste sentido, o fato de não ter existido um passado agrícola expressivo na região não desqualificava a persistência destes elementos da cultura rústica ainda atuantes no cotidiano do município |