Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Santos, Elias Souza dos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-29112012-104629/
|
Resumo: |
O presente trabalho objetiva analisar as práticas da disciplina Canto Orfeônico, na Escola Normal de Aracaju, no período de 1934 a 1971. A importância desta investigação consiste no fato de que procura informar, através dos indícios, a existência do ensino musical escolar, ainda no período imperial. Tal ensino, aos poucos, foi se desenvolvendo, assumiu objetivos, métodos, funcionamentos diferentes, produziu materiais didáticos, recebeu várias denominações e, nos primeiros anos da Revolução de 1930, se denominou Canto Orfeônico constituindo-se, assim, uma disciplina obrigatória no currículo da escola brasileira até 1971. O estudo ancora-se nos autores da Cultura Escolar - Chervel (1990), Goodson (1990), Julia (2001), Forquin (1992), Viñao Frago (2008), Bittencourt (2003), Faria Filho (2002), Oliveira (2007), Souza (2005), Bencostta (2010), Ranzi (2007), Valdemarin (2007), entre outros - e tem como pressuposto teórico-metodológico as abordagens da História Cultural, sobretudo os conceitos defendidos por Le Goff (1984). Trabalhamos com as categorias cultura escolar, cultura material escolar e disciplina escolar. Para tanto, utilizamos um corpus documental diversificado (fontes escritas, como livros, dissertações, teses, jornais, leis, decretos, ofícios, diplomas, certificados, autobiografias e orais, entrevistas com ex-normalistas, ex-professores e, por fim, iconográficas), tendo como propósito uma apreensão mais alargada do objeto de investigação. O exame das fontes demonstrou que, depois da década de 30, a educação musical escolar, na modalidade do Canto Orfeônico, no Brasil e em Sergipe, foi muito bem planejada, articulada ao sistema político de governo, mobilizou massas escolares e concebeu um profissional docente especializado (professor de música). Alguns aspectos das histórias de vida e percursos de formação de professores (as) de Canto Orfeônico foram discutidos com base em Goodson (2000), Lawn (2000), Moita (2000), Nóvoa (2000), Huberman (2000), Sirinelli (2003), entre outros. O processo de institucionalização da profissão docente mobilizou os (as) professores (as) sergipanos (as), no sentido da obtenção de certificados de sua profissão. As práticas orfeônicas em Sergipe seguiram as determinações da legislação federal, mas, pelas peculiaridades da cultura local, assumiu características diferentes de outros estados do Brasil. Contudo, o ritual do culto à pátria - hinos e canções patrióticas -, a valorização dos heróis sergipanos, brasileiros e dos símbolos nacionais são características que marcaram as práticas dessa disciplina em quase todos os estados do Brasil. Em Sergipe, as práticas dessa disciplina foram inseridas, primeiramente, no currículo da Escola Normal de Aracaju e, posteriormente, nos demais estabelecimentos de ensino. A disciplina alcançou um período de êxito (1934 a 1955), porém, em 1956, começou a decair, chegando a ser extinta em 1971. A análise dos documentos oficiais (governo federal), dos documentos normativos (Escola Normal) e dos depoimentos (fontes orais) denotou contradições, ou seja, nem sempre as determinações dos documentos oficiais (currículo pré-ativo) se efetivaram na prática cotidiana da sala de aula (currículo ativo). De um modo geral, no período de 1934 a 1971, a história da disciplina Canto Orfeônico em Sergipe revelou continuidades, rupturas e contradições, mas, mesmo assim, o ensino cumpriu com seus objetivos, pois incutiu uma representação patriótica e nacionalista no imaginário social de muitas gerações de escolares. |