Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Dávalos, Patricia Miranda |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8144/tde-31072015-113005/
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Resumo: |
Em uma conversa com Hans Kaufmann, publicada sob o título de Subjektive Authentizität (1973), Christa Wolf afirma a necessidade de se encontrar um tipo de escrita que alcance um alto grau de realismo na apresentação de temas relevantes, mas polêmicos para o indivíduo e seu grupo. Na ocasião da entrevista a autora já trabalhava em Kindheitsmuster, publicado pouco depois (1976). Este trabalho parte da hipótese de que as novas técnicas narrativas exigidas pela autora, a qual se posiciona na ocasião contra a política cultural da RDA e o realismo socialista, seriam visíveis não apenas no romance mencionado, mas em toda sua trajetória a partir de então, e mais decididamente retomadas em Stadt der Engel oder The Overcoat of Dr.Freud (2010), o qual se aproxima muito do livro da década de setenta tanto por sua estrutura e recursos narrativos adotados, quanto por tratar-se novamente da narração de experiências autobiográficas cruciais em sua trajetória. Por meio da comparação dos livros citados procura-se analisar alguns dos recursos estilísticos e estratégias literárias utilizados para configurar a experiência em dois momentos temporais bastante distintos, bem como o modo pelo qual acontecimentos pessoais e da história contemporânea são apresentados em estreita ligação. Por meio de diversas técnicas literárias e de uma determinada posição diante de si e do público, a autora cultiva uma escrita ao mesmo tempo objetiva e subjetiva, a qual traria o indivíduo para o centro do texto e produziria um tipo especial de realismo e de autenticidade por ela almejados, devendo-se, contudo, atentar para as especificidades de cada contexto. Do jogo entre subjetividade e objetividade presente nos dois textos deriva-se ainda um outro, entre a factualidade e ficcionalidade, de modo que os textos da autora se aproximam de uma tendência surgida nos anos setenta: a da autoficção. Trata-se de um conceito bastante versátil e polêmico da teoria literária, o qual deve ser primeiramente definido, para assim ver como se configura no caso específico de Wolf, cujos textos são declarados pela autora como ficcionais, mas recebidos por público e crítica como autobiográficos. O caráter ficcional de seus textos estaria antes no emprego de técnicas metaficcionais, de encenação de processos de escrita e de rememoração na obra, que na ficcionalidade dos episódios. |