Implicações da cultura grafocêntrica na apropriação da escrita e da leitura em dois diferentes contextos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Mendes, Angelita
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-02092009-135449/
Resumo: Este estudo se propõe a apresentar e a analisar pesquisa realizada sobre o tema da apropriação da escrita em diferentes contextos grafocêntricos. Os dados coletados e analisados referem-se a quatro classes de 1ª série do Ensino Fundamental situadas em duas cidades no estado de Santa Catarina, uma metrópole e uma pequena cidade interiorana. Em cada uma das cidades, foram selecionadas duas escolas, uma pública e uma privada, como campo de estudo, tendo como critério de seleção a localização geográfica, isto é, pertencerem ambas ao mesmo bairro. O processo valeu-se da pesquisa qualitativa de base etnográfica, tomando o estudo de caso como condução norteadora do olhar investigativo. O objetivo foi analisar a implicação da cultura grafocêntrica no processo de alfabetização de crianças de 1ª série, razão pela qual foram selecionadas cidades com contextos grafocêntricos bastante díspares. Entendemos que a apropriação da escrita representa, hodiernamente, o desenvolvimento de uma habilidade primordial para a ascensão profissional, para a inserção em entornos culturais de prestígio social e para uma vida cidadã. Avaliações nacionais e internacionais, no entanto, têm demonstrado a dificuldade da escola em formar escritores e leitores competentes. Estudos sobre letramento indicam que as pessoas, embora escolarizadas, possuem enormes dificuldades para realizar a leitura de um texto de média complexidade, compreendê-lo e interpretá-lo, bem como de utilizar a escrita de modo autoral, tendo reduzida, assim, sua capacidade de plena utilização de sua língua, isto é, dos usos sociais da escrita e da leitura. Ao longo deste estudo, a conjunção de duas importantes agências de letramento, escola e família, ratificou-se como lugar de oferecimento de oportunidades efetivas à criança para que se aproprie da escrita e da leitura. Assim, a presente pesquisa buscou compreender as implicações que distintos contextos grafocêntricos trariam ao processo de apropriação da escrita por crianças em fase de alfabetização, encontrando, porém, respostas mais efetivas nas relações entre ambientação familiar e tipologia de escola. Tal constatação permitiu que emergissem características que explicam o comportamento das escolas públicas analisadas: impermeabilidade e invisibilidade, fatores, ao que parece, comprometedores, em maior ou menor grau, das possibilidades de apropriação da escrita por parte das crianças.