Desenvolvimento de sistema filmógeno de liberação modificada contendo doxiciclina (dose subantimicrobiana) e metronidazol para tratamento da periodontite

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Amanda Cristina Funari
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60137/tde-29072022-143630/
Resumo: A periodontite é uma doença infecto-inflamatória de ordem multifatorial e resultado da ação de microrganismos do biofilme dental, com a instalação de bactérias gram-negativas patogênicas, como por exemplo, Porphyromonas gingivalis. Na ausência de diagnóstico e tratamento adequado, pode haver formação de um sulco, denominado bolsa periodontal. Nesse caso, a resposta imunológica promove ativação de mediadores que levarão ao recrutamento de leucócitos, interleucinas e metaloproteinases da matriz extracelular (MMPs), que devido à sua atividade proteolítica são responsáveis por degradar o tecido conjuntivo e induzir a reabsorção óssea, levando a mobilidade do dente. O tratamento atual consiste em procedimentos de raspagem e alisamento radicular, associados a antibióticos de uso sistêmico, metronidazol (MDZ), por exemplo. A doxiciclina (DOX), um fármaco antimicrobiano da classe das tetraciclinas, é considerada inibidora das MMPs, e é aprovada para uso clínico em dose subantimicrobiana, por via oral para a periodontite nos EUA. Dessa forma, nesse trabalho foi desenvolvido e caracterizado sistema filmógeno (SFC) com liberação modificada e aplicação bucal, intrabolsa periodontal, com o intuito de favorecer o tratamento da doença sem os inconvenientes da administração sistêmica de antibióticos, além de colaborar com a inibição das MMPs devido ao uso da DOX. O filme é composto por MDZ, em suas duas formas (base e benzoato) para modular a liberação deste fármaco, DOX, quitosana e propilenoglicol como plastificante e foi obtido pelo método de casting. O perfil de liberação dos fármacos in vitro a partir do SFC foi realizado e demonstrou a tendência de liberação dos fármacos, sendo 95,59% ± 4,84 para o MDZ e 77,16% ± 4,97 para a DOX ao final de 7 dias. O perfil de permeação in vitro também foi realizado, ao final de 7 dias teve perfil gradual e ascendente para ambos os fármacos. Análises da umidade residual foram realizadas com valores de 19.87% para o filme inerte e 31,11% para SFC. Ensaios de bioadesão foram realizados com tecido esofageal suíno e o trabalho de adesão foi de 1,906 N.mm ± 1,07 para o filme inerte e 0,956 N.mm ± 0,92 para SFC. A capacidade do SFC em inibir MMPs foi avaliada, via zimografia em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE) copolimerizado com gelatina em três condições: concomitantemente ao estímulo de LPS para expressão de MMPs, pré-estímulo e pós estímulo e teve sua atividade constatada em inibir a atividade enzimática das MMPs, possivelmente por quelar metais importantes na atividade dessas proteinases. Análises estatísticas foram realizadas via ANOVA e pós-teste Tukey, teste t-Student também foi realizado quando pertinente.