A sustentabilidade volumétrica do manejo florestal madeireiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Loconte, Caio de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-17072018-183751/
Resumo: A conservação das florestas tropicais é uma necessidade de escalas global e nacional. A Amazônia é possivelmente a maior detentora de madeira tropical do mundo, sendo o manejo florestal madeireiro uma alternativa que possibilita promover o desenvolvimento econômico e garantir a integridade dos recursos naturais. Porém, a efetividade e a continuidade dessa atividade dependem da sustentabilidade volumétrica da produção, de forma que o processo de regeneração florestal deve ser monitorado para garantir que o incremento florestal seja composto por proporção economicamente aceitável de espécies de interesse comercial. O presente trabalho avaliou as alterações do valor econômico do estoque madeireiro de florestas após 21 anos de manejo realizado por Exploração Convencional (EC) e Exploração de Impacto Reduzido (EIR), comparando-os com uma floresta sem exploração (Testemunha (TE)). Os resultados apontam que a floresta manejada via EIR recuperou 91% do volume de espécies comerciais e 94% do volume total, enquanto que os valores para EC foram, respectivamente, 72% e 85%. As explorações promoveram aumento do incremento médio anual, que foram de 0,68 m3/ha/ano em EC e 1,05 m3/ha/ano para EIR, sendo de 0,35 m3/ha/ano para TE. Porém, nos dois tipos de exploração observou-se maior dominância de espécies pioneiras, que na média aumentaram em 8% o número de indivíduos, 10% o volume e 9% a área basal. Além disso, a recuperação volumétrica ocorreu essencialmente em árvores de diâmetro <= 75 cm em EIR e <= 50 cm em EC, de forma que o diâmetro médio das árvores passíveis de corte reduziu em 8,4%. Enquanto as variáveis se mantiveram estáveis em TE, nos talhões manejados as árvores com diâmetro menor que 50 cm aumentaram a sua proporção em 13% na densidade, 29% no volume e 22% na área basal. Por outro lado, na média para os blocos, as 6% maiores árvores representam 45% do volume total, e o incremento volumétrico individual aumenta exponencialmente com o aumento do diâmetro. Esses dados permitem concluir que as técnicas de EIR são superiores ao manejo realizado via EC, mas parecem ser insuficientes para garantir a sustentabilidade volumétrica. As árvores maiores são mais importantes tanto em valor econômico quanto em incremento volumétrico, de forma que a gestão florestal orientada para a produção madeireira deve monitorar o diâmetro médio do povoamento e buscar promover o estabelecimento de estoques de elevado interesse comercial, seja através da otimização no planejando da colheita (garantindo que o estoque remanescente não seja dominado por árvores de menor porte) e pela aplicação de tratamentos silviculturais. Os tratamentos silviculturais implicam na domesticação das florestas, sendo que o desafio da silvicultura tropical é determinar qual é o limite aceitável de transformação das florestas. Até um determinado ponto, essa domesticação não é incompatível com objetivos de conservação, e a sustentabilidade da aplicação dos tratamentos deve se orientar pelo limite no qual as alterações não comprometam as funções ecológicas, a produtividade florestal e a resiliência do ecossistema.