Caracterização de células estromais mesenquimais do tecido adiposo selecionadas a partir da expressão diferencial do marcador de superfície celular CD271

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Beckenkamp, Liziane Raquel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17153/tde-21012021-110311/
Resumo: Células estromais mesenquimais multipotentes (CTMs) são um tipo de células-tronco/progenitoras pós-natal de grande interesse na comunidade científica, principalmente por sua habilidade de secretar inúmeras moléculas com propriedades antiapoptóticas, imunorregulatórias e angiogênicas que podem trazer benefícios para a aplicação das mesmas na medicina regenerativa. No entanto, a grande heterogeneidade desta população de células aliada à falta de um marcador específico para identificá-las, têm dificultado a compreensão da sua biologia e uma melhor utilização destas células na clínica. Diferentes epítopos de superfície celular têm sido propostos como potenciais marcadores para CTMs, mas se estes podem ser utilizados para identificar todos os tipos de CTMs, independente de sua fonte primária, ainda não esta totalmente elucidado. Por este motivo, este trabalho investigou a capacidade do marcador de superfície celular CD271, comumente associado à CTMs da medula óssea (CTMs-MO), em enriquecer CTMs obtidas do tecido adiposo (CTMs-TA). Para tanto, células da fração estromal vascular (FEV) do tecido adiposo humano foram selecionadas por sorting celular com base na expressão do CD271 (CD45-CD31-CD34+CD271+ e CD45-CD31-CD34+CD271-) e avaliadas in vitro para verificar se apresentavam características de CTMs. Ambas as frações celulares obtidas por sorting e a FEV apresentaram capacidade clonogênica, morfologia fibroblastóide, potencial de diferenciação nas linhagens mesodérmicas e perfil imunofenotípico compatível com CTMs (CD90+, CD73+, CD31- e CD45-). Ao avaliar a capacidade de duplicação populacional entre as frações celulares de interesse não se observaram diferenças no potencial proliferativo entre elas, no entanto, ambas as células CD271+ e CD271- foram mais proliferativas que a FEV. Além disso, os ensaios de formação de colônias fibroblastóides (CFU-Fs) revelaram que células CD271- geravam em média o dobro de colônias em relação à FEV e células CD271+. Quando comparado o potencial de diferenciação nas linhagens mesodérmicas, os resultados de diferenciação osteogênica demonstraram que o antígeno CD271 pode estar relacionado com vias de sinalização que aumentam a capacidade de mineralização das CTMs, visto que as células CD271+ produziram significativamente mais matriz mineralizada que as células CD271- e FEV. Em adição, ao comparar o fenótipo das frações celulares (CD271+ e CD271-) sem cultivo celular com marcadores associados à pericitos por expressão gênica e/ou western blotting observou-se que existem algumas diferenças entre estas células, sendo que células CD271+ apresentam algumas similaridades com pericitos. Apesar de ambas as frações celulares apresentarem transcritos do gene CD140b, apenas a fração CD271+ apresentou a proteína pelas análises de western blotting. De maneira semelhante, o gene NESTINA também se mostrou mais expresso em células CD271+ quando comparado as células CD271-. Investigando-se a localização in situ destes marcadores por imunofluorescência no tecido adiposo, as fotomicrografias obtidas por microscopia confocal sugerem que células CD34+ estejam localizadas na túnica adventícia de grandes vasos enquanto que células CD271+ parecem estar situadas justapostas ao endotélio. Em conclusão, embora a fração celular CD271+ seja enriquecida com CTMs na medula óssea, nossos resultados demonstram que, no tecido adiposo, células com características de CTMs in vitro estão distribuídas entre ambas as populações celulares CD271+ e CD271-, o que demonstra que a origem do tecido pode alterar o fenótipo das CTMs. Além disso, demonstramos que existem algumas diferenças fenotípicas entre as células CD34+CD271+ e CD34+CD271- que poderão auxiliar na elucidação da identidade e localização in vivo das CTMs no tecido adiposo.