Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Nakazone, Pamela Vicente |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-22022021-123617/
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Resumo: |
Introdução: Apesar dos resultados favoráveis sobre o parto na água na literatura, quase a totalidade das evidências são internacionais. A dificuldade em aplicar esses resultados no cenário brasileiro se deve à perspectiva do parto focada no risco. Nos centros de parto normal (CPN) liderados por enfermeiras obstétricas e obstetrizes, onde a gestação é considerada um evento fisiológico e o cuidado é centrado na mulher, o parto na água é uma prática bem aceita. Objetivo: Analisar os fatores associados e os desfechos maternos e neonatais do parto na água, comparados aos partos fora da água. Método: Estudo transversal, realizado no CPN Casa Angela, localizado em São Paulo, SP. A população são as mulheres que tiveram o parto no serviço entre 2012 e 2018, e a fonte é o banco de dados da instituição. Para a análise estatística, foram calculadas a frequência absoluta e relativa, razão de chances com intervalo de confiança de 95% e valor p. O projeto foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: Parto vaginal anterior (p=0,007; OR=1,39; IC95% 1,10-1,76) aumentou significativamente o parto na água, enquanto uso de ocitocina (p<0,001; OR=0,21; IC95% 0,10-0,39) e amniotomia (p=0,008; OR=0,52; IC95% 0,31-0,82) reduziram. O parto na água associou-se à posição não vertical (p<0,001; OR=6,59; IC95% 4,43-10,22), sem mecônio (p=0,027; OR=0,42; IC95% 0,18-0,86), com período expulsivo mais curto (p<0,001; OR=0,38; IC95% 0,27-0,52) e terceiro período mais longo (p=0,008; OR=1,36; IC95% 1,08- 1,71), menos lacerações perineais (p=0,018; OR=0,68; IC95% 0,50-0,94) e menos transferência do RN para o ambiente hospitalar (p=0,025; OR=0,47; IC95% 0,23-0,87). Não houve associação significante entre o parto na água e idade materna, cor de pele, escolaridade, estado nutricional, condição da bolsa amniótica na admissão, necessidade de sutura de lacerações, distocia de ombro, hemorragia pós-parto, retenção placentária, outras intercorrências no parto, transferência materna, Apgar no 1o e 5o minutos, contato pele-a-pele, amamentação na primeira hora de vida, reanimação neonatal e aspiração das vias aéreas superiores. Conclusão: Os fatores que aumentaram a chance de parto na água foram: parto vaginal anterior, não uso de ocitocina e não realização de amniotomia. Quem deu à luz na água teve chance menor de expulsivo acima de 1 hora, laceração perineal e transferência neonatal. A chance de dequitação depois de 30 minutos foi maior nos partos na água, porém sem hemorragia associada, indicando ser seguro às mulheres e bebês de baixo risco. Sugere-se a realização de novos estudos, com outros delineamentos, para corroborar com estes resultados. |