Papel dos polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) dos miRNAs 100 e 146a como fatores prognósticos do câncer de próstata

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lopes, Renan Eboli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5153/tde-23072021-104545/
Resumo: INTRODUÇÃO: O câncer de próstata (CaP) é o de maior incidência entre os homens e o segundo em causa de morte. Entretanto os fatores prognósticos clássicos ainda se mostram limitados na categorização de risco dos pacientes portadores de CaP. O micro RNA (miRNA) é uma cadeia pequena de RNA não codificante com cerca de 18 - 22 nucleotídeos, cuja principal função é atuar como silenciadores ou promotores de genes alvo, sendo, portanto, um potencial novo fator prognóstico para o CaP. Os Polimorfismos de Nucleotídeo Único (SNP) são os polimorfismos mais comuns na natureza e caracterizados por uma troca única de base nitrogenada no DNA. Este polimorfismo pode estar presente nos miRNAs alterando sua função. OBJETIVO: avaliar o papel do polimorfismo de nucleotídeo único rs1834306 no miR100 e rs2910164 no miR146a no desenvolvimento e prognóstico do CaP e avaliar a expressão do miR100 nas amostras de pacientes com CaP e em homens saudáveis e sua correlação com os fatores prognósticos. MÉTODOS: Em um estudo caso-controle, foram selecionados 100 pacientes diagnosticados com CaP e 68 controles. A identificação do SNP foi realizada pela técnica de reação em cadeia da polimerase quantitativa em tempo real (PCR) a partir do sangue da amostra e realizada a análise entre a presença do SNP e variáveis prognósticas. RESULTADOS: Não foi identificada diferença estatística significativa entre os grupos para nenhum dos dois miRNAs estudados. No SNP rs1834306 (miR100) foi identificada menor presença do genótipo homozigoto polimórfico em pacientes com PSA >10ng/ml, (OR=0,12; IC: 0,01-1,04; p=0,03) e ao avaliar apenas a presença do alelo polimórfico G (OR=0,21; IC: 0,60-0,73 ; p=0,09) quando comparado com a presença do alelo selvagem A. Dentre os pacientes com CaP o SNP rs2910164 (miR146A), o alelo polimórfico foi mais frequente em pacientes com Gleason >=7 em relação a pacientes com escore de Gleason <7, (OR: 3,19 IC: [1,00 - 10,15]; p= 0,043). Os genótipos homozigotos polimórficos dos dois SNPs estudados foram associados a menor tempo de sobrevida livre de recidiva bioquímica da doença. Dentre homens com CaP, o miR100 mostrou- se superexpresso naqueles com estadiamento pT3 em comparação aos pT2 e entre os que apresentaram recidiva bioquímica (p=0,004 e p=0,011 respectivamente). CONCLUSÕES: A presença do SNP rs2910164 no miR146a atua como um polimorfismo de mau prognóstico (Gleason >=7). O rs1834306 no miR100 está associado a dados de melhor prognóstico (PSA<10). O miR100 foi superexpresso naqueles pacientes portadores de CaP com piores fatores prognósticos.