Produção in vitro de embriões de doadoras pré-púberes da raça Holandesa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Guerreiro, Bruna Martins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
OPU
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10131/tde-24072015-120811/
Resumo: A produção in vitro de embriões em vacas Holandesas de alta produção (Bos taurus) ainda apresenta baixa eficiência quando comparada à de fêmeas Bos indicus. Nesse contexto, a utilização de novilhas de 8-10 meses de idade como doadoras de oócitos pode ser uma alternativa para melhorar a eficiência dessa biotecnologia e acelerar o ganho genético pela redução do intervalo de gerações dos rebanhos. Entretanto, as informações acerca da produção in vitro de embriões originados de doadoras pré-púberes são controversas na literatura. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar a aspiração folicular, seguida da produção in vitro (PIVE) de embriões de doadoras pré-púberes da raça Holandesa e posteriormente, a taxa de concepção após a transferência dos embriões. Um total de 120 doadoras de quatro categorias animais: novilhas pré-púberes (PP, n = 30), novilhas púberes (PU, n = 30), vacas lactantes (VL, n = 30) e vacas não lactantes (VNL, n = 30) foi submetido à aspiração folicular (OPU), sem sincronização prévia da onda de crescimento folicular. Realizaram-se seis sessões de OPU com cinco animais de cada categoria, ou seja, vinte doadoras por sessão. Imediatamente antes da OPU, os folículos ovarianos foram quantificados e classificados de acordo com o diâmetro [folículos pequenos (FP = < 6 mm), folículos médios (FM = 6 a 10 mm) e folículos grandes (FG = > 10 mm)]. Posteriormente, todos os folículos &ge; 2 mm foram puncionados e o total de estruturas recuperadas, quantidade e qualidade de oócitos viáveis foram registrados. Os oócitos viáveis foram submetidos à produção in vitro e o desenvolvimento embrionário (taxa de clivagem e de blastocisto) foi avaliado. Sêmen sexado do mesmo touro e partida foi utilizado para fertilização dos oócitos de todas as categorias de doadoras. Os embriões produzidos (n = 206) foram transferidos em receptoras cruzadas (Bos taurus x Bos indicus) de corte. Número de folículos no dia da OPU, proporção de folículos conforme o diâmetro, número de oócitos totais e viáveis recuperados, taxa de recuperação, taxa de clivagem, número de embriões produzidos por OPU e taxa de blastocisto foram variáveis analisadas pelo procedimento GLIMMIX do SAS&reg; e a taxa de concepção pelo teste exato de Fisher. Não foi observada diferença entre os grupos experimentais quanto ao número total de folículos aspirados (PP: 18,3 ± 2,1; PU: 17,3 ± 1,2; VL: 14,0 ± 1,0; VNL: 17,7 ± 1,7; P = 0,08). Entretanto, verificou-se que as doadoras PP apresentaram maior proporção de folículos pequenos (PP: 58,4% a; PU: 45,7% b; VL: 41,7% b; VNL: 50,6% b; P < 0,0001) quando comparado às demais categorias. Apesar do semelhante número de oócitos totais recuperados (PP: 14,2 ± 2,2; PU: 13,1 ± 1,1; VL: 9,8 ± 1,1; VNL: 14,6 ± 1,7; P = 0,12), PP apresentaram quantidades intermediárias de oócitos viáveis (PP: 10,5 ± 1,8ab; PU: 8,3 ± 0,8 ab), sendo que VNL obtiveram maior número de oócitos viáveis (11,5 ± 1,4 a; P = 0,03) quando comparadas às VL (6,5 ± 0,9 b). Ainda, doadoras PP apresentaram menor taxa de clivagem (PP: 68,6% b; PU: 98,8% a; VL: 87,6% a; VNL: 90,1% a; P < 0,0001), menor número de embriões produzidos por sessão de OPU (PP: 0,5 ± 0,2 b; PU: 1,1 ± 0,2 b; VL: 1,2 ± 0,4 b; VNL: 4,2 ± 0,6 a; P < 0,0001) e menor taxa de blastocisto (PP: 4,8% c; PU: 12,7% b; VL: 18,0% b; VNL: 36,5% a; P < 0,0001) quando comparada às demais categorias. Por fim, observou-se diferença na taxa de concepção após transferência de embriões oriundos de doadoras novilhas e vacas [PP: 0,0% (0/15) b; PU: 9,7% (3/28) b; VL: 28,6% (10/25) a; VNL: 32,7% (36/74) a; P < 0,05]. Dessa forma, conclui-se que doadoras pré-púberes da raça Holandesa apresentam baixa competência para produção in vitro de embriões, sendo vacas não lactantes a categoria mais eficiente para programas de PIVE. Ainda, embriões de novilhas pré-púberes apresentam taxas de concepção inferiores a de embriões de vacas lactantes e não lactantes. Entretanto, taxas de concepção semelhantes foram verificadas entre embriões de novilhas pré-púbere e púberes.