Etograma do cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus) em cativeiro, com ênfase nas interações sociais e estados de vigilância, alerta e fuga

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Mamone, Alejandra Pacheco
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59134/tde-31082022-123219/
Resumo: O cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus) é o maior dos cervídeos sulamericanos e sua distribuição cobria grande parte do território brasileiro. Atualmente esta espécie apresenta retração da área de ocorrência, estando extinta em algumas regiões. As perturbações produzidas pela construção de usinas hidrelétricas têm ameaçado a população da Bacia do Rio Paraná de forma extrema. Neste quadro de risco foram iniciados programas de conservação em cativeiro. Com o propósito de contribuir para a adequada manutenção dessa espécie em cativeiro decidimos estudar seu comportamento, com ênfase nas interações sociais e nos estados de vigilância, alerta, e fuga. Os objetivos do estudo foram: descrever o comportamento do cervo-do-pantanal em cativeiro, com ênfase nas interações sociais e dos estados de vigilância, alerta e fuga, contribuindo para a elaboração do etograma da espécie, e testar as hipóteses de que as relações sociais entre os cervos-do-pantanal são frequentes e complexas e de que há variação nos comportamentos segundo o cativeiro. Para isso foram realizadas observações de animais mantidos em três cativeiros: Criadouro Conservacionista Rancho das Hortênsias (4 fêmeas e 3 machos adultos), Criadouro Científico da UNESP / Jaboticabal (3 fêmeas e 1 macho adultos) e Bosque Municipal de Ribeirão Preto (2 fêmeas adultas). As observações foram realizadas durante 5 dias, entre 8:00 e 16:00, com algumas interrupções para detalhes. Foram descritas 31 categorias comportamentais (21 de interações sociais e 10 de vigilância, alerta e fuga), algumas das categorias observadas são inéditas para cervídeos, como por exemplo: comportamento de apaziguamento e sopro. Os resultados das categorias de interações sociais indicaram não haver diferenças significativas entre criadouros na porcentagem de tempo despendido nas subcategorias: lamber-grooming, ameaça de cabeça baixa e bater as patas no chão. Para estas subcategorias houve diferenças entre animais apenas no Criadouro Conservacionista Rancho das Hortênsias. Nas categorias de vigilância, alerta e fuga foram encontradas diferenças significativas por criadouros nas subcategorias: farejar a distância, farejar o entorno, vigilância auditiva, vigilância visual, vigilância conjunta, intenção de fuga e fuga. Como conclusões temos: 1) Os animais apresentaram homogeneidade nas categorias de interações sociais. As interações entre sexos opostos podem ter sido responsáveis pelas poucas diferenças encontradas entre animais. 2) Os padrões de vigilância podem ter sido modulados pelo contexto dos cativeiros, a predominância de certas categorias de vigilância em determinados cativeiros daria conta disso. 3) As categorias intenção de fuga e fuga podem estar associadas positivamente e sua exploração permitiria fator de perturbação comum a todos os criadouros seria a maior exposição dos animais, muito diferentes das áreas de várzeas, onde moram usualmente.