Geologia, petrologia e geocronologia dos gnaisses e rochas associadas na região entre Carrancas, Minduri e Luminárias (MG)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Santos, Caio Arthur
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44143/tde-26092014-092737/
Resumo: A região da cidade de Carrancas (sul de Minas Gerais) tem sido, a exemplo de toda a área a sul do Cráton São Francisco, objeto de diversos estudos, principalmente desde o inicio da década de 80. Entretanto, esses estudos focam principalmente nas unidades metassedimentares e suas relações entre si, enquanto rochas gnáissicas e associadas, que ocorrem numa faixa que se estende para sudoeste de Carrancas por cerca de 150 km, tem recebido pouca atenção. Assim, o presente trabalho visou separar e descrever os diferentes tipos de gnaisses e rochas associadas e esclarecer as relações entre essas rochas e as unidades metassedimentares adjacentes. Os trabalhos de campo mostram que, na maior parte da área estudada, aflora uma mesma unidade, composta principalmente por gnaisses com feições migmatiticas, em meio aos quais ocorrem intercalações principalmente de rochas metaultramáficas, mas também de rochas metamáficas e metassedimentares. Tal como apontado por Coutinho (2012) e Gengo (2010), na região a oeste da Serra das Bicas essa associação se situa tectonicamente acima dos metassedimentos do Grupo Carrancas, os quais, por sua vez cavalgam uma associação semelhante que ocorre a leste da referida serra. Foi inferido um traçado para o contato entre a associação a oeste (Nappe Gnáissica) e a associação a leste (Associação Gnáissica Inferior), o qual fica implícito nos trabalhos citados acima. Os gnaisses migmatíticos são rochas bandadas que apresentam grande variação composicional, muito embora exista um padrão de bandas ricas em plagioclásio e minerais máficos associadas a bandas ricas em microclínio e pobres em minerais máficos. As evidências petrográficas e geocronológicas não sustentam a hipótese de derivação sedimentar para esses gnaisses e sugerem que esses são migmatitos fortemente deformados. A análise das rochas metaultramáficas descritas, combinada com uma revisão dos dados disponíveis, mostra que estas foram submetidas a processos metassomáticos cujo momento de ocorrência, natureza e intensidade variaram de corpo para corpo. Datações U-Pb em zircão apontam idade de 2,75 Ga para os gnaisses migmatíticos e de 2,1 Ga para um corpo de tonalito pouco deformado presente na Associação Gnáissica Inferior. A idade de 2,75 Ga, obtida no litotipo predominante, é correlacionável a idades determinadas em complexos gnáissicos da região sul do Cráton São Francisco (Complexos Bonfim, Belo Horizonte e Bação), e contrasta com idades obtidas no Complexo Mantiqueira, ao qual os gnaisses da área de estudo são correlacionados em alguns trabalhos.