Análise do modelo de gestão compartilhada na perspectiva dos gestores e trabalhadores do Sistema Único de Saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lima, Elaine Cantarella
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-14122021-174528/
Resumo: Modelos de gestão tradicionais, que apresentam estruturas formais e verticalizadas, têm várias limitações. Torna-se, portanto, necessário incentivar estratégias no interior das organizações que promovam discussões sobre as estruturas hierárquicas, movimento que tem sido observado no setor da saúde. A exemplo disso, o sistema de saúde brasileiro tem focado na descentralização da tomada de decisão e do poder investindo em gestão estratégica e democrática. Para tanto, faz-se necessária a realização de uma análise da situação atual da gestão nos diversos serviços de saúde. Assim, o objetivo deste estudo, realizado em três fases, foi analisar a adoção do modelo participativo de gestão nos Prontos Atendimentos dos municípios que compõem o Departamento Regional de Saúde XIII (DRS XIII), na perspectiva dos gestores e trabalhadores de saúde. Trata-se de estudo de métodos mistos multifásico, sendo na primeira fase realizada a análise do modelo de gestão com seis gestores municipais e 223 trabalhadores de 10 prontos atendimentos de oito municípios do DRS XIII. Os dados quantitativos foram analisados por meio de estatística descritiva. A fim de analisar a significância da associação entre categorias ocupacionais, gestores e trabalhadores, e os aspectos da gestão, foi utilizado o teste exato de Fisher, sendo adotado o nível de significância de 5%. Os dados qualitativos foram analisados com o apoio do software DSCSoft®. Os dois conjuntos de dados foram fundidos com o objetivo de se encontrar a relação entre eles e proceder à interpretação dos resultados. Na segunda fase foi planejado o desenvolvimento da intervenção educativa e na terceira fase da pesquisa foi desenvolvido um estudo quase-experimental, por meio da coleta de dados quantitativos de 30 participantes. Os dados foram analisados por meio do teste t de Student, sendo igualmente adotado o nível de significância de 5%. Dos profissionais que participaram da pesquisa, a maior parte era do sexo feminino e ocupava o cargo de auxiliar de enfermagem. Enquanto os gestores avaliam o modelo de gestão da instituição como sendo mais contemporâneo e participativo, possibilitando aos trabalhadores participarem da tomada de decisão e dando autonomia aos mesmos para decidirem sobre questões do dia a dia, na visão dos trabalhadores o modelo de gestão é tradicional, destacando-se por sua estrutura formal e verticalizada. Conclui-se que o modelo de gestão das organizações de saúde ainda é ordenado pelos princípios da administração mais tradicional e verticalizada e tem impacto direto na satisfação dos profissionais no cotidiano do trabalho. Nesse sentido, torna-se essencial o conhecimento e o envolvimento dos gestores na implantação do modelo de gestão contemporâneo, de modo a contemplar as políticas do próprio SUS, bem como de valorizar a participação de todos os profissionais na busca de melhor atendimento ao usuário dos serviços de saúde. Com a realização do estudo quase-experimental foram incorporados conhecimentos sobre gestão compartilhada pelos gestores e pelos trabalhadores após a implementação da ação educativa. Espera-se que o conhecimento adquirido durante a intervenção educativa, somado ao conhecimento anterior dos participantes da pesquisa, possam ser disseminados e gerar modificações necessárias que contribuam com a melhoria das relações no ambiente de trabalho e, consequentemente, no atendimento ao usuário do sistema de saúde.