Enriquecimento seletivo para pesquisa de Mycobacterium bovis em leite e queijo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Agunso, Camila Noia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-22042014-162454/
Resumo: O Mycobacterium bovis causa a tuberculose bovina, doença zoonótica que propaga, provavelmente com baixa prevalência, em todo o território nacional e pode ser transmitida pelo leite. A adoção sistemática da pasteurização do leite contribuiu para a redução dos casos humanos da doença, mas em alguns países, como o Brasil, é comum o consumo de leite cru e de seus derivados, o que pode contribuir para ocorrência de casos humanos. A participação desse agente nos atuais índices de tuberculose humana, cujo principal agente é o M. tuberculosis, é pouco investigada, mas acredita-se que seja maior do que parece. As razões que contribuem para isso incluem o fato do tratamento humano ser o mesmo independentemente do agente,e as dificuldades e alto custo de distinguir as espécies. O método de diagnóstico \"gold standard\" em laboratório para Mycobacterium bovis em amostras clínicas é o isolamento do agente em meios como Stonebrink-Leslie ou similares. A riqueza em nutrientes dos meios, mais o lento metabolismo deste agente e o alto grau de contaminantes das amostras torna imprescindível o uso de descontaminantes que, via de regra, são tóxicos para o agente, dificultando o isolamento em amostras com níveis baixos do patógeno; cenário provável no caso do leite devido à mistura com o leite de animais sadios. Mas, a despeito de constituir-se uma importante zoonose transmitida pelo leite, não existe uma metodologia oficial para detecção desse agente em alimentos lácteos. Esses fatos justificam um estudo para avaliar o desempenho de meios líquidos, já utilizados em caros sistemas automatizados para detecção de micobactérias, como alternativa para um enriquecimento seletivo do M. bovis em amostras lácteas. Assim, amostras de leite integral esterilizado e de queijo tipo parmesão foram contaminadas com 10 a 100 UFC/ml ou g de M. bovis AN5 e enriquecidas em dois meios líquidos seletivos (MGIT e MGIT modificado), foram analisados nos dias 0, 7, 14, 21, 24, 28 e 32, mantidas em estufa a 37°C. Nessas datas, uma alíquota foi semeada em meio Stonebrink-Leslie e incubada a 37°C por 60 dias. No leite, houve crescimento exacerbado do M. bovis principalmente no MGIT modificado. No queijo, não foi possível isolar M. bovis de nenhuma amostra em MGIT modificado, devido à contaminação excessiva que deteriorou o meio de cultura. O MGIT modificado foi mais eficaz como enriquecimento para o Mycobacterium bovis, mas foi menos seletivo que o MGIT. Estudos futuros devem concentrar a investigação da curva de crescimento do agente na primeira semana de enriquecimento.