Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Fogaça, Vanessa Dias |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-10012022-141037/
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Resumo: |
Introdução: A adolescência é marcada sobretudo pelo comportamento impulsivo, o que pode favorecer a ocorrência de agravos envolvendo violência interpessoal e autoprovocada. Dentre estas, se destacam as tentativas de suicídio. Alguns atendimentos desta natureza podem permanecer ocultos por dúvidas sobre a intencionalidade de morte sobretudo em crianças e adolescentes. Diante desta problemática, este trabalho tem como pergunta de pesquisa: Como se dá o atendimento aos adolescentes admitidos no Pronto Socorro com história de tentativa de suicídio? Objetivos: Identificar a trajetória do atendimento aos adolescentes admitidos no Pronto Socorro adulto e infantil por tentativa de suicídio mediante análise dos registros de atendimento. Descrever o perfil sócio demográfico de adolescentes atendidos por tentativa de suicídio; descrever o percurso de atendimento de adolescentes atendidos por tentativa de suicídio no âmbito hospitalar; identificar os fatores de risco presentes em adolescentes atendidos por tentativa de suicídio; descrever os meios utilizados pelos adolescentes para a tentativa de suicídio; descrever as intervenções realizadas pelos profissionais nos adolescentes atendidos por tentativa de suicídio e descrever o desfecho de atendimento e o destino dado aos adolescentes atendidos por tentativa de suicídio. Método: estudo quantitativo e retrospectivo de natureza descritiva e exploratória. Foram utilizados dados de prontuários de adolescentes de 10 a 19 anos atendidos em um hospital de nível secundário no município de São Paulo entre janeiro de 2015 a julho de 2020. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo e da instituição coparticipante. Resultados: Foram coletados dados de 88 atendimentos, sendo 73 (83,0%) do sexo feminino; com idade média de 16,4 anos; o meio mais utilizado para tentativa de suicídio foi a intoxicação exógena medicamentosa 74 (84,1%); o local de maior ocorrência foi a própria moradia 73 (83%). Agravos psiquiátricos foram encontrados em 36 (40,9%) atendimentos. A tentativa de suicídio anterior foi mencionada por 34 (39%) e a automutilação por 22 (25%) dos atendidos. Receberam avaliação psiquiátrica 58 (65,9%). Os métodos violentos e abuso de tóxicos foram associados ao sexo masculino (p<0,001) de maior idade. Os antidepressivos foram os medicamentos mais utilizados de forma abusiva, sendo os mesmos de uso dos próprios adolescentes (p<0,001). Os adolescentes de menor idade reportaram mais conflitos familiares e utilizaram medicamentos desta como meio para a tentativa de suicídio (p<0,001). Receberam alta do próprio setor de emergência 43 (48,9%). Quanto à classificação internacional de doenças, 61 (69,3%) enquadravam-se no grupo das Intoxicações exógenas (CID T.50.9 a T65.9). Foram notificadas 23 (26,1%) das tentativas de suicídio. Conclusão: As tentativas de suicídio em adolescentes merecem a visibilidade do real e potencial problema de saúde pública que representam. Para os adolescentes mais jovens e para aqueles que permaneceram internados ou receberam avaliação psiquiátrica no próprio serviço, houve maior detalhamento dos fatores de risco. Nos últimos anos houve melhora no sistema de notificações. Os achados deste trabalho corroboram a literatura apontando para a necessidade de implementação de melhorias, sobretudo na documentação hospitalar no que diz respeito à verdadeira notificação dos casos de tentativa de suicídio. |