A transposição do Rio São Francisco como potencial medida de adaptação às mudanças climáticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Pontes, Nadia Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/106/106132/tde-11102018-140947/
Resumo: A região Nordeste, primeira a ser ocupada após a chegada dos portugueses no Brasil no século XVI, possui 53% do seu território sob regime do clima semiárido. Nesse espaço, onde vivem 12 milhões de pessoas, as crises causadas por escassez de água, apontadas como barreiras ao desenvolvimento, são conhecidas há mais de um século, causaram perdas agrícolas, migrações e mortes. A região, de conhecida variabilidade climática, é ainda uma das mais vulneráveis do globo às mudanças climáticas. Até o fim desse século, previsões indicam que a temperatura pode subir 4 C em relação à era pré-industrial, com forte impacto sobre os recursos hídricos e desertificação. Diante desse cenário, medidas que oferecem às populações locais condições de se adaptarem se fazem urgentes. Proposto há mais de um século como solução dos problemas trazidos pela escassez de água no semiárido, a transposição do rio São Francisco passou a ser implantada a partir de 2007 sob nome oficial de Projeto de Integração do rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional (PISF). Trata-se da maior obra de infraestrutura hídrica do país, projetada para transferir 26,4 m3/s por dois eixos principais, Norte e Leste, o volume transportado pelos canais é destinado principalmente ao consumo humano e dessedentação animal. Esta dissertação tem o objetivo de analisar o Eixo Leste do PISF como potencial medida de adaptação às mudanças climáticas. A estratégia de investigação aplicada nesse trabalho interdisciplinar se enquadra na pesquisa qualitativa, apoia-se em documentos, imagens, entrevistas não estruturadas e visitas de campo. A pesquisa conclui que a distribuição de água feita pelo Eixo Leste do PISF não contribui para que as populações mais vulneráveis do semiárido se adaptem às mudanças climáticas, mas que o projeto tem potencial para se converter em tal medida.