Um estudo da relação entre jatos de baixos níveis e linhas de instabilidade da Amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Alcântara, Clênia Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/14/14133/tde-25062013-202138/
Resumo: O enfoque deste trabalho é contribuir para a compreensão dos processos que definem a propagação de linhas de instabilidade tropicais da Amazônia. Foi feita a análise de 9 anos de imagens de satélite definindo casos de linha de instabilidade e relacionando sua ocorrência com as do seu ambiente. Foi ressaltado o papel dos jatos de baixos níveis na propagação das linhas de instabilidade e verificadas possíveis diferenças entre os sistemas que se propagam e os que não se propagam. A partir da análise observacional foram feitas simulações numéricas com o modelo BRAMS para explorar a sensibilidade da propagação das linhas de instabilidade às características cinemáticas do ambiente. Como resultado principal, obteve-se que a maioria dos casos observados foi de linhas que não se propagaram, permanecendo quase estacionárias nas proximidades da costa norte do Brasil. Do total de casos de LI identificadas nas imagens de satélite, apenas 20% foram de linhas se propagaram mais de 400 km. O perfil do vento para seu ambiente de formação e desenvolvimento possui características que reúnem um jato em baixos níveis, um jato em altos níveis e pouco cisalhamento na intensidade e na direção. O jato em baixos níveis foi predominante de leste com intensidade média de 9 ms-1 e ocorreu em torno de 800 hPa. Ele foi mais intenso e mais profundo para as linhas que se propagaram mais de 400 km e menos intenso e menos profundo para as linhas costeiras. Os anos de 2005 e 2006 tiveram um aumento considerável de casos, em especial para as linhas que se propagaram. 2005 foi um ano atípico, pois foi verificado um aumento na temperatura da superfície do mar do Atlântico tropical, o que permitiu especular que aumentos como o que foi verificado, em certas áreas do Oceano Atlântico, pode levar ao aprofundamento do JBN através da intensificação das ondas de leste e assim favorecer a formação de mais LI na costa norte do Brasil. O JBN tem papel importante no processo de desenvolvimento das torres de cúmulos que compõe as linhas de instabilidade. Não só são responsáveis pela organização do sistema em linha, mas influenciam diretamente nos processos internos das nuvens, como ventilação e entranhamento, a formação de correntes descendentes e a formação de frentes de rajada em superfície que, em última instância, definem as características de propagação.