Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2001 |
Autor(a) principal: |
Alberto, Daniella Pereira Crosara |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17133/tde-12072024-115617/
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Resumo: |
Foi demonstrado anteriormente nos modelos de endotoxemia e de ligadura e perfuração de ceco (CLP) que a redução da migração de neutrófilos para a cavidade peritoneal está correlacionada com o pior prognóstico da doença. Assim, objetivamos no presente estudo: a - Padronizar o modelo de sepse induzido por S. aureus; b - Caracterizar o fenômeno da redução da migração de neutrófilos para o foco infeccioso; e - correlacionar o maior ou menor recrutamento dos neutrófilos na cavidade peritoneal, com o número de bactérias nesta cavidade e no sangue; d - investigar a participação de citocinas como TNF-α e IFN-γ na redução da migração de neutrófilos; e - analisar o possível papel do NO na redução da migração de neutrófilos; f - identificar o tipo de célula residente, como fonte de mediadores envolvidos na redução da migração de neutrófilos. Dois grupos experimentais foram estabelecidos: o grupo subletal (SL) (0,5x10^9 UFC/cavidade) apresentou 100% de sobrevida, migração de neutrófilos para a cavidade peritoneal (12x10^6 neutrófilos/cavidade) e pequena quantidade de bactérias no exsudado peritoneal e ausência de bacteremia. Por outro lado, o grupo que recebeu inóculo letal (L) (16x10^9 UFC/cavidade) apresentou 100% de mortalidade, além de redução da migração dos neutrófilos para cavidade peritoneal (4x10^6 neutrófilos/cavidade), grande presença de bactérias na exsudato peritoneal e acentuada bacteremia. Ainda neste grupo, foi observado edema agudo de pulmão e infiltrado de PMN neste órgão. Ambos os grupos experimentais apresentaram níveis elevados de TNF-α, IL-1β e IL-10, tanto no soro, quanto no exsudato, caracterizando dessa forma o modelo de sepse utilizado no presente estudo. Objetivando estudar a participação de TNF-α e IFN-γ no fenômeno da falência da migração de neutrófilos para a cavidade peritoneal, foram utilizados animais deficientes para o receptor p55 de TNF-α e animais deficiente para a produção de IFN-γ. Ambos os grupos, selvagens e deficientes, que receberam inóculo letal apresentaram resultados semelhantes quanto à falência da migração, sobrevida e quantidade de bactérias no exsudato peritoneal. Entretanto, os animais deficientes que receberam inóculo subletal apresentaram maior número de bactérias na cavidade e maior letalidade do que os selvagens, apesar do número de neutrófilos no foco infeccioso ser semelhante. Desta maneira, sugerimos que a redução da migração dos neutrófilos para a cavidade peritoneal não é mediada pelo TNF-α ou IFN-γ, embora sugerimos a participação destas citocinas na atividade bactericida dos neutrófilos. O envolvimento do óxido nítrico (NO) no presente modelo foi estudado a partir da administração de aminoguanidina. O pré-tratamento com esta droga seguido da administração da inóculo letal preveniu a redução da migração de neutrófilos, reduziu a quantidade de bactérias no exsudato peritoneal e sangue, embora a taxa de sobrevida foi a mesma nos animais pré-tratados ou apenas inoculados. A administração de uma dose de 5 mg/kg de aminoguanidina, 6 horas após a inoculação letal, apresentou sobrevida de 40%, acompanhada da prevenção da migração dos neutrófilos e diminuição do número de bactérias no exsudato peritoneal. O conjunto destes dados demonstram que o NO participa da redução da migração dos neutrófilos para a cavidade peritoneal e que esta redução está correlacionada com o pior prognóstico da doença. Corroborando com os dados de que o NO está envolvido na falência da migração de neutrófilos para a cavidade peritoneal, estudo da migração in vitro de neutrófilos revelaram que neutrófilos provenientes de animais que receberam inóculo letal possuíam menor capacidade quimiotáxica. Além disto, o pré-tratamento com aminoguanidina restabeleceu esta capacidade. Caracterizando a importante atividade microbicida do NO no presente modelo, o grupo subletal tratado com aminoguanidina (30 minutos antes da inoculação e 2 horas após), apresentou maior quantidade de bactérias presentes no exsudato peritoneal e bacteremia, apesar de manter o número de neutrófilos na cavidade semelhante aos animais não tratados. Além disto, a sobrevida dos animais tratados é 50% menor. Dados que corroboram com os anteriormente citados, foram obtidos de animais deficientes para a enzima NOSi. Os animais deficientes que receberam inóculo subletal apresentaram maior quantidade de bactéria na cavidade peritoneal, assim como uma menor taxa de sobrevida do que os animais selvagens que receberam a mesma inoculação. Estes dados analisados em conjunto demonstram a importância do NO como agente bactericida do S. aureus. No que se refere à participação de outros tipos celulares como fonte de mediadores envolvidos na redução da migração de neutrófilos para o sítio infeccioso, observamos que tanto o aumento do número de macrófagos, quanto a diminuição dos mastócitos residentes na cavidade peritoneal, preveniram a redução da migração de neutrófilos, diminuíram a quantidade de bactérias presentes no exsudato peritoneal e sangue. Nestes animais a taxa de sobrevida foi de 100%. Assim o aumento do número de macrófagos residentes melhora o prognóstico da doença, entretanto os mastócitos parecem ser a fonte de mediadores envolvidos na redução da migração de neutrófilos no presente modelo de sepse. |