Comunicação de risco na perspectiva da área nuclear no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Machado, Tariana Brocardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27154/tde-21032017-110232/
Resumo: O presente trabalho objetiva refletir sobre a comunicação da área nuclear no Brasil na perspectiva dos profissionais responsáveis por realizá-la. Dado que a comunicação do setor acontece no âmbito público e trata de temáticas associadas a risco, ela é investigada na óptica da comunicação pública e da comunicação de risco, sobre o que também reflete este trabalho, além de lidar com os elementos da cultura brasileira presentes no processo comunicacional. Nesse contexto, observou-se a presença de mitos da comunicação de risco e o alinhamento da percepção por parte das organizações com as políticas de comunicação eficaz de risco específicas da área nuclear. O método do estudo realizado é caracterizado por ser de tipo descritivo, de abordagem qualitativa, com coleta de dados primários, feita por meio de entrevista com escolha de amostra não-probabilística e com análise de conteúdo categorial. Entrevistaram-se oito profissionais sêniores das áreas técnica, de gestão e de comunicação de três organizações da área nuclear - CNEN, Eletronuclear e IPEN - entre outubro de 2015 e março de 2016, presencialmente e por telefone. Como resultados principais, foram encontrados a pluralidade de conceitos de risco para os diferentes entrevistados, bem como de públicos identificados como estratégicos para o estabelecimento ou estreitamento de relacionamento por parte das organizações e a diversidade de porta-vozes apontados como ideais responsáveis pela comunicação. Houve apontamentos tanto na direção de uma comunicação dialógica, ideal, quanto unidirecional, de transmissão de mensagens cunhadas pelas organizações para assimilação por parte do público, apesar das constantes referências a transparência e clareza. A presença do mito da comunicação de risco de que a área trata de assuntos muito complexos para o entendimento do público e do traço cultural do brasileiro de postura de espectador também foi marcante, tal qual a percepção de que a aceitação pública da energia nuclear é uma das principais barreiras para a comunicação com a sociedade, que segue com medo desta área ainda desconhecida. Com esses resultados, visa-se a contribuir com o Brasil no apoio aos agentes públicos do setor na tomada de decisão em relação ao estabelecimento de estratégias e planos de comunicação para o melhor relacionamento com os diferentes segmentos da sociedade brasileira.