O currículo possível na educação superior : estudo sobre o curso de biologia em uma universidade amazônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Martines, Elizabeth Antônia Leonel de Moraes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-22032007-163140/
Resumo: O sistema educacional brasileiro tem vivido um movimento de reforma desde meados da década de 1990, na qual se destacam a produção de legislação estabelecendo diretrizes e parâmetros na área de currículos e a implantação de um sistema nacional de avaliação do sistema em todos os níveis de ensino. Paralelamente, no campo do currículo já se discute há algum tempo, a instalação de uma crise na teorização crítica e pós-crítica. Esse trabalho se insere numa práxis de (re)construção de currículos de formação de biólogos, incluindo a formação de professores, a partir de um estudo de caso de uma IES amazônica, utilizando como referencial teórico o pós-colonialismo e a Psicologia Cultural, para analisar numa perspectiva do construcionismo social o currículo em processo num contexto específico (de tempo e espaço) e em diferentes níveis de análise. A pesquisa permitiu 1) documentar o não documentado oficialmente,2) dar voz aos agentes institucionais silenciados historicamente, 3) contribuir para a descolonização através da descrição e ampliação dos registros da trajetória do currículo do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Rondônia, 4) a implementação de medidas que foram se fazendo necessárias no entendimento dos agentes institucionais e de avaliadores externos, 5) adequar-se às mudanças na legislação sobre a área e nível de ensino considerado. Foi possível também, no âmbito desse trabalho, sistematizar questões já resolvidas na (re)construção do currículo estudado e as questões que ainda estão na dependência de solução e que já foram percebidas ou podem ser antecipadas à luz de referencial teórico que ajuda a apontar soluções. Defende-se a tese de que o currículo real é o currículo possível construído nas condições específicas de uma dada instituição, recebendo influências das diretrizes curriculares nacionais e políticas públicas mais amplas; das condições institucionais e regionais, construídas historicamente; das trajetórias de formação, fases da carreira e experiências vicárias dos/as professores/as; do perfil do corpo discente; da produção acadêmica no campo do currículo e das especialidades ou disciplinas relacionadas com o curso. Conclui-se desafiando as universidades a assumirem junto às IES mais periféricas e às escolas de Educação Básica, papéis e funções mais adequados à uma ética do cuidado e do acolhimento e que se distanciem da ética do sobrevivente do mínimo eu, na qual a construção de singularidades comprometidas com a emancipação e a democracia está cada vez menos valorizada na prática.