Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Melo Júnior, Mauro de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21131/tde-20012010-135900/
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Resumo: |
O presente estudo avalia como a estrutura e a produção da comunidade de copépodes pelágicos da plataforma interna ao largo de Ubatuba (SP, Brasil) responderam às variações ambientais durante o período de julho de 2005 a junho de 2008. Durante estes três anos, a produção secundária dos copépodes foi estudada por meio da aplicação de modelos empíricos de crescimento e de estimativas de crescimento peso-específico obtidas através de experimentos de produção de ovos. Aspectos reprodutivos de 16 espécies de copépodes (9 calanóides, 3 ciclopóides e 4 harpacticóides) foram analisados neste período, através de experimentos de incubação e de métodos indiretos de obtenção de taxas de produção e viabilidade dos ovos. A comunidade de copépodes esteve representada por 70 espécies e foi caracterizada por altos valores de riqueza, diversidade e eqüitabilidade. Os copépodes apresentaram grande variabilidade nos valores médios de densidade (4726 ± 3711 ind. m-3) e de biomassa (7,42 ± 5,64 mg C m-3) e foram dominados por espécies de pequeno porte (< 1000 µm), destacando-se as fêmeas adultas de Oncaea waldemari e os copepoditos imaturos de paracalanídeos e clausocalanídeos. Quando comparada com outros ambientes tropicais e subtropicais, a região estudada apresentou valores elevados de densidade e biomassa. Da mesma maneira, a produção secundária média apresentou variabilidade temporal elevada (1,13 ± 1,11 mg C m-3 dia-1), com uma importante contribuição dos copepoditos imaturos de espécies dispersoras de ovos. No geral, os valores médios registrados foram considerados altos quando comparado com outros ambientes tropicais e subtropicais, embora a razão Produção/Biomassa média tenha sido similar às registradas nestes locais. A intrusão periódica da ACAS parece ter sido a principal responsável pelas alterações observadas na estrutura e produção da comunidade. A maioria dos meses não influenciados pela ACAS apresentou valores de densidade, biomassa e produção inferiores às respectivas médias. Entretanto, os resultados observados sugerem que as flutuações da comunidade de copépodes podem responder não apenas à intrusão da ACAS, mas também a uma complexa conjunção de fatores, incluindo as próprias relações inter e intra-específicas. Com relação à reprodução, as espécies dispersoras de ovos apresentaram taxas médias de produção de ovos similares às obtidas em outras regiões tropicais e subtropicais, enquanto que as retentoras apresentaram valores levemente inferiores. Entretanto, foram registrados picos ocasionais de produção destas últimas espécies, sugerindo que estes copépodes possuem estratégias que compensam os meses de baixa produtividade. A reprodução de algumas espécies analisadas parece ser associada a fatores intra-específicos, tais como o tamanho dos ovos e a razão entre machos e fêmeas. Além disso, as espécies dispersoras analisadas são provavelmente influenciadas pela temperatura e pelo alimento. A relação entre os tamanhos e pesos de fêmeas e ovos de 32 espécies de copépodes pelágicos mostrou que a variabilidade interespecífica observada nessas proporções é similar à tendência observada para espécies de altas latitudes. Comparando as taxas de produção estimadas a partir das equações empíricas com as obtidas experimentalmente, observa-se diferenças expressivas nas estimativas de produção secundária, o que sugere a influência de outras variáveis além daquelas consideradas pelos modelos. |