Avaliação de intervenções para a promoção da atividade física no tempo de lazer em adultos atendidos pela Estratégia de Saúde da Família

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Salvador, Emanuel Péricles
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-17012013-104018/
Resumo: Objetivos: Testar a efetividade de duas intervenções para a promoção da atividade física no tempo de lazer para adultos atendidos pela Estratégia Saúde da Família/ Sistema Único de Saúde. Métodos: Estudo de intervenção não randomizado e controlado. A pesquisa foi realizada com 157 adultos que residiam em domicílios atendidos pela ESF em Ermelino Matarazzo, São Paulo, SP, que não praticavam nenhuma atividade física no lazer (AF no lazer) e que não tinham nenhuma doença crônica no início do estudo. A tese foi composta por um artigo metodológico e três artigos originais. O primeiro manuscrito teve como objetivo descrever os resultados obtidos quanto à seleção inicial da amostra com base no cadastro das famílias da ESF. O segundo manuscrito descreveu as metodologias utilizadas nas duas intervenções. O terceiro manuscrito teve como objetivo verificar os efeitos das intervenções na prática de AF no lazer após seis meses de intervenção e o quarto manuscrito teve o objetivo de verificar a associação desta prática com as variáveis ambientais. Para as análises estatísticas foram usados o teste de quiquadrado para comparação de proporções nas variáveis socioeconômicas e de AF no lazer, o teste de Kruskal-Wallis para verificar as diferenças de médias dos minutos de AF no lazer e modelos de regressão logística tendo como variável dependente a AF no lazer e como variáveis independentes as intervenções e os escores de percepção do ambiente para a prática de atividade física. Resultados: Manuscrito 1: A seleção da amostra durou quatro meses e do total de 966 sujeitos abordados, foram excluídas 541 pessoas (56,0 por cento do total), ocorreram 147 recusas (15,2 por cento ) e 25 perdas (2,6 por cento ). De 243 pessoas elegíveis, 157 sujeitos iniciaram o estudo (16,3 por cento do total de abordados), sendo 108 mulheres e 49 homens. Manuscrito 2: Este estudo descreveu as duas intervenções para promover a atividade física em adultos atendidos pela ESF. A primeira intervenção baseou-se em educação para a atividade física e saúde e consistiu em 16 encontros temáticos para grupos e em atendimento individual por telefone, além de material impresso de apoio. A segunda intervenção consistiu de um programa de exercícios físicos em grupos que constou de treinamento de força muscular e cardiorrespiratório realizado em três sessões semanais com supervisão profissional e teve duração de 12 meses. Manuscrito 3: Após seis meses de estudo, o tempo médio semanal de AF no lazer do grupo de intervenção supervisionada (78,1 minutos) e de educação em saúde (65,7 minutos) tiveram maior média em comparação ao grupo controle (14,8 minutos). Foram encontradas diferenças significativas entre os três grupos na proporção de sujeitos que realizaram ao menos 10 minutos semanais de AF no lazer (supervisionado: 57,4 por cento ; educação em saúde: 29,6 por cento ; controle: 12,2 por cento ) e o grupo supervisionado apresentou diferença significativa em comparação com o grupo controle na proporção de sujeitos que praticaram ao menos 150 minutos semanais de AF no lazer (22,2 por cento versus 4,1 por cento ). As análises de regressão logística mostraram que, independente do sexo, idade e escolaridade, houve uma maior chance dos participantes dos grupos das intervenções praticarem alguma AF no lazer (OR=10,2 para o grupo de exercício físico e OR=3,4 para o grupo de educação para atividade física) e uma maior chance do grupo de exercício supervisionado realizar pelo menos 150 minutos (OR=6,2) em comparação ao grupo controle. Manuscrito 4: Maiores escores de ambiente relacionados ao acesso à facilidades/conveniências aumentaram as chances das pessoas praticarem alguma AF no lazer (OR=1,3) e a entrada dessa variável no modelo modificou o efeito da resposta da intervenção em educação em saúde na prática de alguma AF no lazer. Conclusão: Ambos os grupos aumentaram o tempo de prática e as chances para praticar AF no lazer após seis meses de intervenção em comparação com o grupo controle, porém, o grupo supervisionado apresentou melhores resultados quanto à proporção de sujeitos que realizaram ao menos 150 minutos semanais de AF no lazer, e as variáveis ambientais como o acesso à facilidades/conveniências podem influenciar no resultado final das intervenções. A intervenção baseada em supervisão de exercícios é recomendada para a promoção da atividade física no Sistema Único de Saúde pela ESF, porém, em locais sem a estrutura adequada para essa intervenção, recomenda-se a estratégia por meio da educação em saúde, pois também apresentou resultados positivos no aumento da AF no lazer