Determinação do limiar de anaerobiose (LA) pela variabilidade da frequência cardíaca (VFC) durante um protocolo de exercício físico resistido incremental: uma população de pacientes coronariopatas com perfil de funcionalidade e incapacidade traçados pela Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Sperling, Milena Pelosi Rizk
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
CIF
ICF
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/82/82131/tde-28032016-142824/
Resumo: A Reabilitação Cardíaca (RC) composta de exercícios puramente dinâmicos (EPD) tem sido fortemente recomendada para pacientes com doença arterial coronariana (DAC). Contudo, os exercícios resistidos devem ser incluídos como parte de um programa formal, uma vez que contribuem para promover ganhos nas atividades de vida diária e assim na qualidade de vida (QV). Estudos recentes têm mostrado que a magnitude das respostas metabólicas e autonômicas cardíacas durante o exercício resistido dinâmico (ERD) também está associada com a determinação do limiar de anaerobiose (LA), o qual é um importante parâmetro para determinar a intensidade no EPD. Diante disso, não há informações sobre essas respostas metabólicas e autonômicas no ERD, para pacientes com DAC. Adicionalmente, pouco é sabido acerca da avaliação da funcionalidade/incapacidade percebidos por estes pacientes já incluídos em programas formais de RC, podendo ampliar informações para a tomada de decisões neste processo. Portanto, este estudo propõe ampliar o corpo do conhecimento acerca de duas vertentes, sendo uma mais fisiológica e outra abordagem mais ampliada, contendo aspectos bio-psico-sociais, Objetivamos 1) Determinar o LA pela variabilidade da frequência cardíaca (VFC) durante um protocolo de ERD, numa população diagnosticada com DAC, participante de um programa de RC composto somente de EPD; e 2) Aplicar a CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde), tendo como base a vinculação da mesma com a QV auto-percebida, com o propósito de investigar se o programa formal de RC pode produzir impacto nos desfechos multidemensionais de funcionalidade e incapacidade. Vinte pacientes (idade: 63±7 anos) com DAC (FEVE: 60±10%), apresentando boa capacidade funcional e bom prognóstico, realizaram um protocolo de ERD incremental no leg-press. O protocolo iniciava em 10% de l-RM (repetição maxima), com subsequêntes aumentos de 10% até a exaustão física. A variabilidade da frequência cardíaca (VFC), através dos indices lineares (rMSSD e RMSM) e não-lineares (SD1, SD2, SD1/SD2), bem como o lactato sanguíneo, foram determinados no repouso e durante o ERD. Funcionalidade e incapacidade do grupo foram avaliadas através da aplicação do Processo de Vinculação entre o SF-36 com a CIF. ANOVA para medidas repetidas, análise de Bland-Altman, coeficientes de correlação de Pearson e estatística descritiva foram empregados. Admitiu-se nível de significância de 95%. Foram encontradas significativas alterações na VFC e lactato sanguíneo a partir de 30% de 1-RM (p<0.05). Análise de Bland-Altman revelou boa concordância entre limiar de lactato (LL) e limiar de rMSSD (LrMSSD), e de SD1 (LSD1). As cargas relativas obtidas (a partir de 1-RM) no LL, LrMSSD e LSD1 não diferiram (29%±5; 28%±5; 29%±5, respectivamente). A vinculação entre o SF-36 e a CIF permitiu detalhar uma relação de \"Funções corporais\" e principalmente as \"Atividades e Participações\" acometidas pela doença, bem como o grau de problemas/prejuízo destas, mesmo após o programa de RC. Concluímos que o uso da VFC durante o ERD poderia ser um método não-invasivo viável na prática clínica para determinar o LA em pacientes com DAC, auxiliando na definição de parâmetros de intensidade de exercício seguros e apropriados. Além disso, a funcionalidade e incapacidade de pacientes coronariopatas, percebidos sob o seu próprio ponto de vista, poderiam ser avaliadas utilizando-se o SF-36 sob o escopo da CIF, adicionando informações complementares ao processo da RC.