Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Silva, Douglas Cardoso da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-06082024-172330/
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Resumo: |
Esta pesquisa se conforma como uma investigação no campo da Psicologia Social, através da qual buscamos avançar na compreensão de processos referentes ao desenvolvimento da consciência. Mais especificamente, adotando como referencial teórico-metodológico o materialismo histórico-dialético, procuramos investigar a eventual relação entre a situação social de moradoras de ocupações militantes de movimentos sociais de luta por moradia e o desenvolvimento da sua consciência e de uma nova concepção de mundo. Nosso trabalho está, portanto, intimamente relacionado com as experiências pertinentes à vida na ocupação e à luta por moradia. As ocupações mencionadas em nossa pesquisa se referem a um tipo específico de moradia urbana, fruto da mobilização popular organizada através de movimentos sociais (vinculados à Frente de Luta por Moradia FLM) e localizadas na região central da cidade de São Paulo. O enfoque histórico-cultural é a perspectiva teórica de desenvolvimento psíquico que orientou nossa investigação, e em especial, uma leitura que atribui à vivência papel central na formação da subjetividade humana: consideramos que ela é a unidade básica de estudo entre personalidade e meio. Dentro dessa compreensão, empregamos entrevistas como principal instrumento metodológico, com a intenção de, na medida do possível, reconstruir a dinâmica histórica de vida de cada depoente. Procuramos incitar relatos de vivências relacionadas à moradia (sobretudo, à ocupação) e à luta por moradia, bem como perscrutar os sentidos e significados atribuídos a essas experiências e espaços. Realizamos entrevistas com três mulheres. Embora, inicialmente, não houvesse qualquer recorte de gênero, foi natural a escolha de mulheres dado o protagonismo feminino nos movimentos de moradia e o perfil que procurávamos para as futuras entrevistadas (militantes, moradores de ocupação e que desempenhassem papel ativo na luta). A partir da análise individual e transversal dos depoimentos, consideramos ser possível afirmar que a ocupação é espaço favorável para a construção de relações de solidariedade entre seus moradores, sua dinâmica demanda o engajamento na luta: ela é o elo que une suas moradoras e moradores. A luta é necessária tanto para nascimento quanto para manutenção desse espaço de moradia, que se torna, então, espaço de segurança e afetivamente acolhedor. Portanto, a partir da consolidação de objetivas relações pautadas dentro de dinâmica disruptiva, as vivências na ocupação e nas lutas a ela intrínsecas parecem transformar subjetivamente quem nela se engaja. Consideramos ainda que a própria dimensão da luta se amplia. A luta vai ganhando novos sentidos e significados que não se relacionam apenas com a conquista individual de um teto. Nesse processo, consideramos que também se transforma a esfera motivacional das depoentes, nascendo novas necessidades, motivos, objetivos, intenções que conscientemente vão orientar suas atividades e comportamentos. Transformações subjetivas que alcançam o desenvolvimento da consciência e autoconsciência das militantes, que demonstram destacada capacidade de compreensão da realidade social e da sua posição nesse meio, bem como a construção de uma concepção de mundo crítica e com elevado grau de coerência e consistência. |