A educação escolar nos programas sociais de combate à pobreza no Brasil e na Venezuela: (re) produção ou incipiente superação do fracasso escolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Costa, Gisele Cardoso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/84/84131/tde-26082016-124934/
Resumo: As recentes políticas públicas de combate à pobreza na América Latina apresentam-se articuladas à educação escolar. E como principais programas com essa característica, destacam-se o programa brasileiro Bolsa Família e o programa venezuelano Misión Robinson. A partir do pressuposto que a pobreza é constituída por elementos multifacetários, esses programas estabelecem a escolarização das camadas populares como condição de superação do ciclo intergeracional da pobreza, direcionando seus esforços para garantir a educação básica para seus beneficiários. Entretanto, uma das dimensões da reprodução ampliada da pobreza na América Latina é o fracasso escolar, que por meio de diversos mecanismos expulsa indiretamente da escola as crianças e jovens oriundos das camadas populares, ou nega para esses os saberes mínimos e elementares, produzindo a miséria intelectual dos trabalhadores. Desse modo, o objetivo da presente pesquisa é analisar os programas Bolsa Família (Brasil) e Misión Robinson (Venezuela), com o intuito de compreender a concepção educacional presente em nesses programas e problematizar o vínculo estabelecido entre o combate à pobreza e escolarização das camadas populares, no sentido de verificar se essa articulação desdobra-se no processo de superação ou manutenção do fracasso escolar. Para tanto adotamos como metodologia a análise documental, a partir das elaborações do Estado brasileiro e venezuelano que justificam a política dos programas supracitados. Essa análise tem como referencial teórico o materialismo histórico e dialético, a partir de sua contribuição latino-americana a Teoria Marxista da Dependência, a qual compreende as questões políticas, sociais e históricas do subcontinente como singularidades indissociáveis do lugar da América Latina na divisão internacional do trabalho, ou seja, de sua relação com a totalidade do modo de produção capitalista.