\'\'Nós vamos hackear o turismo!\'\' Entre roteiros, \'\'quebradas\'\' e resistências na cidade de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Ferreira, Paulo Tácio Aires
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100140/tde-27022023-132222/
Resumo: A relação entre turismo e movimentos sociais possui algumas décadas de estudos envolvendo diversas disciplinas e campos do saber. Entretanto, na área do turismo o tratamento investigativo deste tema ainda é incipiente. Esta tese averigua estes dois elementos especificamente na cidade de São Paulo. Os coletivos culturais, como normalmente se autodenominam, não são novidades na cidade, tal como os movimentos sociais. Ações coletivas com pautas de moradia, educação, saúde, creche, cultura, lazer, contra a carestia já possuem extensa bibliografia. Ao que cabe aqui detenho-me especificamente sobre coletivos que têm trabalhado em prol da memória, patrimônio cultural e referências culturais de seus territórios. Estes são os fios que nos levam a tentar entender por que e como muitos coletivos culturais têm acionado o turismo, para além de um instrumento de desenvolvimento local, como também por uma miríade de possibilidades. É preciso, impreterivelmente, apontar que no ano de 2020 a cidade (e todo contexto planetário) viveu a incidência da pandemia da COVID-19, a qual provocou uma crise sanitária sem precedentes afetando também profundamente o espaço público e as atividades de turismo. Neste sentido, e diante deste contexto, esta pesquisa tem como principal objetivo analisar as narrativas construídas por movimentos sociais, coletivos e ativistas a respeito da cidade, e como estes grupos têm agenciado o turismo em seus discursos e práticas. Assim, foram observadas suas experiências produzidas antes da Pandemia, bem como o que se têm feito no atual momento, incluindo o que se têm discutido e produzido via redes sociais e retomada do espaço público. Esta pesquisa se estruturou como um trabalho exploratório, descritivo e interpretativo aos moldes etnográficos acompanhando bem próximo as ações dos sujeitos pesquisados. Partindo dessas conjecturas pode se inferir que estes coletivos, por meio da construção dialógica entre suas narrativas e práticas, vêm reposicionando a temática de patrimônio cultural no turismo, cuja ação não se prende a percepções tradicionais e estanques desta temática. Diante de uma diversidade de experiências e práticas provocam-nos a repensar as percepções normativas, institucionais e acadêmicas, principalmente do que se reflete hegemonicamente sobre o tema patrimônio cultural na área de turismo. Assim, a partir destas experiências estes coletivos contribuem para a construção de conhecimento em aspectos teóricos e práticos do turismo e do lazer