Estudo da influencia de fatores meteorológicos sobre o ciclo e a produção do algodoeiro (G. hirsutum L.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1972
Autor(a) principal: Silva, Nelson Machado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240301-144438/
Resumo: Utilizando-se dados de experimentos de “Épocas de plantio x Variedades”, conduzidos com o algodoeiro durante o período de 1950/51 a 1961/62, em Campinas, Estado de São Paulo, foi estudado o relacionamento entre a produção das plantas e determinadas variáveis meteorológicas, observadas em posto meteorológico de primeira classe, situado próximo à área experimental. Inicialmente, um estudo de regressão linear múltipla foi conduzido com dados da linhagem IA.Campinas 817-42/259 RP, originada da variedade Stoneville 2B (Goss hirsutum L.), cultivada no período de 1950/51 a 1955/56. Puderam ser extraídas as seguintes conclusões, nesta etapa: 1. O algodoeiro mostrou-se mais sensível às variações meteorológicas durante a fase inicial do florescimento, que correspondeu ao período mais úmido e quente. 2. Seguiu em importância, a fase de deiscencia dos frutos, que correspondeu ao período mais seco e intensamente iluminado, com temperaturas mais amenas. 3. Algum relacionamento significativo foi obtido, também, durante fase de desenvolvimento inicial das plantas, ocasião em que a temperatura achava-se em ascensão o e solo já umedecido. Estudos paralelos efetuados com dados das linhagens IA-7387-24940 e IA 71-111-06824, originados respectivamente das variedades Express e Texas Big-Boll (Goss hirsutum L.) conduziram a resultados finais semelhantes. No estudo da primeira linhagem, foram obtidas as seguintes correlações simples significativas da produção: 1. Positiva com a umidade relativa do ar e negativa com luminosidade e a temperatura máxima, no período da germinação. 2. Negativa com as temperaturas mínima, média e máxima, observadas na fase de desenvolvimento inicial. 3. Positiva com a chuva e negativa com as temperaturas mínima, média e máxima, na fase de meiose das primeiras flores. 4. Positiva com a chuva e o excedente hídrico do solo e negativa com a frequência de chuva, luminosidade e deficiência hídrica do solo, no período de máximo florescimento. Quanto ao estudo do comprimento do ciclo das plantas da referida linhagem, destacaram-se as seguintes correlações simples: 1. Positiva com a umidade relativa do ar, em qualquer fase do ciclo das plantas. 2. Positiva com as médias de temperaturas, exceto com a mínima e máxima no período de florescimento e maturação. Em uma segunda etapa, tentou-se obter dados que possibilitassem meios de previsão de safra. Foram correlacionados dados de produção da primeira linhagem com fatores meteorológicos observados em fases fixas do desenvolvimento inicial. Nos dois períodos mais importantes, o dos 40 primeiros dias fixos de desenvolvimento e o dos 40 dias fixos iniciais do florescimento, foram selecionadas as variáveis mais correlacionadas. Como resultado final do estudo de regressão múltipla, foi proposta a seguinte Função de Produção: Y = 21,1755 - 0,0777X1 - 0,0804X2 - 0,3389X3 - 0,1089X4 - 0,1791X5 + 0,0251X6 - 0,0118X7 + 0,0683X8 - 0,1609X9 + 0,146210 onde Y representa a produção estimada, em kg/14m2; X1, X2, X3 e X4 correspondem, respectivamente, aos valores médios de chuva, umidade relativa do ar, luminosidade e de temperatura média observados durante o desenvolvimento inicial; X6, X7 e X10, correspondem, respectivamente aos valores médios de chuva, umidade relativa do ar e de excedente hídrico do solo, observados durante o florescimento inicial; finalmente, X5, representa a temperatura máxima absoluta do primeiro período e X8 e X9, respectivamente, a mínima e a máxima absoluta do segundo período. A referida Função de Produção, apresentada como uma primeira aproximação no assunto, foi testada com dados da variedade IAC 8, cultivada durante o período de 1956/57 a 1961/62, dando resultados aceitáveis, cujo valor é brevemente discutido.