Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Santos, Augusto Ventura dos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-22122023-161324/
|
Resumo: |
A presente tese, seguindo tendência contemporânea levada a cabo por líderes e pesquisadores indígenas, bem como por pesquisadores e parceiros indigenistas, visa problematizar o imaginário colonial sobre o Povo Terena. Tradicionais habitantes do Pantanal e do Cerrado e uma das maiores populações indígenas residentes no Brasil, os Terena foram alvo de estereótipos muito particulares. Ao longo dos séculos de contato, foram considerados \"índios mansos\", \"dóceis\", \"aptos à educação\", \"aculturados\", \"em vias de assimilação\" e outros estigmas. Para combater estas caracterizações negativas e persistentes, apostamos numa etnografia centrada numa ideia ampla, polissêmica e afirmativamente acionada pelos interlocutores terena da pesquisa de campo: movimento indígena. Descrevendo variados movimentos terena, pretendemos desenhar uma imagem atualizada deste povo, alinhada com seus modos próprios de imaginação; e, ao mesmo tempo, desconstruir antigas e pejorativas imagens cristalizadas na literatura, sobretudo aquelas calcadas nos quadros conceituais da aculturação/assimilação. Em outras palavras, almejamos delinear uma teoria etnográfica do movimento que, baseada nas teorias indígenas, opere como uma teoria contra o colonialismo assimilacionista. Mais especificamente, tencionamos contra-argumentar facetas do retrato produzido por Roberto Cardoso de Oliveira sobre os Terena nos anos 1950 e 1960 que ressoam raciocínios anti-indígenas ainda recorrentes em setores da sociedade brasileira. À imagem de um povo estruturalmente ruído e politicamente desorganizado sugerida pelo autor, contrapomos a imagem de um povo em movimento, lutando por direitos e melhores condições de vida. À imagem de um povo migrante, contrapomos a imagem de um povo em movimento, saindo e retornando para suas aldeias e outros espaços. À imagem de um povo culturalmente decaído e transfigurado, contrapomos a imagem de um povo em movimento, reunindo e festejando em inúmeras e efusivas ocasiões. |