Estudo do potencial de uso do resíduo efluente gerado da destilação do óleo de folhas de eucalipto (Corymbia citriodora (Hook) Pryor e Johnson 1976), como corante natural para o tingimento têxtil de algodão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Rossi, Ticiane
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-17032010-135309/
Resumo: Atualmente, os corantes naturais vêm ganhando maior interesse da sociedade, fazendo crescer um novo nicho de mercado, que valoriza produtos obtidos de matériasprimas naturais, devido aos menores danos causados à saúde humana e ao meio ambiente. Uma fonte potencial para obtenção de corantes encontra-se na operação industrial da obtenção de óleo essencial de folhas de eucalipto. Trata-se de um resíduo líquido gerado na etapa de destilação das folhas, mediante o emprego de vapor d´água. Um grande volume de extrato é gerado e descartado como efluente do processo. O Brasil é um dos principais produtores mundiais de óleo de folhas de eucalipto, sobretudo de Corymbia citriodora (ex Eucalyptus citriodora), havendo, desse modo, importante potencial de exploração do efluente gerado na destilação das folhas como matéria-prima. Contando com o apoio de uma empresa do setor de produção desse óleo, pretendeu-se avaliar o potencial desse extrato como corante natural, visando o tingimento de tecidos de algodão. Para caracterização do resíduo efluente e do corante natural dele obtido, foram realizadas avaliações físicas e químicas, tais como: teor de sólidos, pH, densidade, teor de taninos condensados e medição de cor mediante análises espectrofotométricas. Na avaliação do potencial do resíduo efluente como corante natural, foi realizado um estudo para determinação do método de tingimento de tecidos de algodão, através de diversos tratamentos que incluíram a alteração das variáveis de temperatura, tempo e concentração do corante natural. Nos tecidos tingidos, foi avaliada a solidez de cor à luz de arco de xenônio e à lavagem, através das normas da ABNT da CB 17 - Têxteis e Vestuário. O resíduo efluente e o corante natural apresentaram ambos pH ácido, teor de sólidos totais de 3,4 e 48,1 e teor de taninos condensados de 0,6 e 10,9 %, respectivamente. Em relação à cor dos extratos, ambos refletem a cor marrom. O resíduo efluente possui maiores valores de L*, a* e b* que o corante natural, e este aproxima-se da cor preta, devido aos valores de a* e b* serem próximos a zero. Os resultados obtidos no processo para a determinacao do método de tingimento, apresentaram uma grande variação entre os tratamentos propostos. A propriedade que mais variou nas cores dos tecidos tingidos foi o L*. Os valores de E* também variaram entre os tratamentos, sendo que, apenas o tratamento 9 foi considerado similar à referência 8, para essa propriedade. No tocante aos resultados de solidez de lavagem, as notas de alteração de cor foram de 3-4 para ambas as concentrações de corante nos tecidos tingidos. O manchamento do tecido multifibras foi, em geral, maior que 4 para ambas as concentrações. Para solidez de cor à luz, os tecidos tingidos tiveram alteração na ordem de 2-3 e 3, para concentração de 10% e 50 %, respectivamente. Em geral, os resultados de solidez demonstraram que o corante natural atingiu notas aceitáveis à industria têxtil e que o corante natural obtido a partir do resíduo efluente de folhas de C. citriodora possui potencial de uso no tingimento de algodão.