Nem tanto à terra, nem tanto ao mar: aspectos da desvalorização estética da vegetação de restinga na paisagem do litoral pernambucano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Araújo, Andréia Maria Bezerra de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16135/tde-01092016-180018/
Resumo: A Mata Atlântica e seus ecossistemas costeiros associados foram fortemente impactados no território nacional pela forma de ocupação e pelo tratamento extrativista da metrópole colonizadora. Com o passar do tempo, o teor dos interesses se transformou. Contudo, a representatividade do bioma se manteve em constante processo de retração, o que causou grande prejuízo à paisagem litorânea, caracterizada, principalmente, pela supressão, dilapidação e deterioração da vegetação de restinga. A presente dissertação propõe uma reflexão sobre tal problemática, analisando a questão no contexto do Nordeste brasileiro, em especial o litoral pernambucano, abrangendo tanto o entendimento do suporte biofísico e sua natural fragilidade, quanto o fator humano e sua relação com o meio. A relevância de se entender esta relação se apresenta fundamental uma vez que o comportamento da sociedade se reflete substancialmente na paisagem, cuja percepção se mostra singular para cada indivíduo, variando em função da rede de referências presente em cada ser. A partir de tal prerrogativa, buscou-se alcançar a compreensão íntima, a essência da significação dos elementos componentes da imagem do litoral por meio das premissas da pesquisa qualitativa a fim de se captar o sentido almejado pelo imaginário humano ao se refugiar na praia. Embora não se tenha intenção propositiva neste trabalho, diante de tal reflexão, a arquitetura paisagística desponta como uma possível mediadora de tais conflitos, promovendo práticas sociais, econômicas e urbanísticas que unam a apreciação estética às necessidades ecológicas. Desse modo, a presença de vegetação outrora repudiada poderia contribuir para facilitar a aceitação popular, beneficiando, consequentemente, seus respectivos ecossistemas e colaborando para a formação de uma cultura paisagística que valorize a identidade do lugar e empreenda o bem-estar humano e do meio ambiente.