Uso combinado de monensina e nitrato como manipuladores da cinética e da fermentação ruminal para mitigação da produção de metano em bovinos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Borges, Italo Escribano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-20062018-142234/
Resumo: Com o presente estudo objetivou-se avaliar o efeito da interação entre a adição de monensina e diferentes níveis de nitrato de cálcio à dieta de bovinos como manipuladores do metabolismo ruminal. Foram utilizadas oito fêmeas bovinas da raça Nelore, com peso vivo médio de 519 ± 56 kg, alimentadas com diferentes níveis de nitrato de cálcio na dieta (0%, 1,5%, 3% e 4,5%) e adição ou não de monensina (30 ppm), sendo utilizado delineamento quadrado latino 4 x 4 replicado, em um arranjo fatorial 2 x 4. Foram avaliados o consumo de matéria seca e de água, comportamento ingestivo, digestibilidade aparente total, excreção dos nutrientes, degradabilidade ruminal, taxa de passagem, parâmetros urinários, pH ruminal e os parâmetros e produtos da fermentação ruminal. A coleta de conteúdo ruminal foi realizada no dia 25 antes (0), 3, 6, 9, e 12 horas após a alimentação matinal para quantificação dos produtos da fermentação ruminal, além da concentração de nitrogênio amoniacal (N-NH3) e a contagem total e diferencial de protozoários. A interação entre a monensina e os níveis de nitrato de cálcio não foi significativa para nenhum dos parâmetros estudados. O consumo de matéria seca apresentou redução de até 10% conforme o aumento dos níveis de nitrato de cálcio. Por outro lado, ao avaliar o comportamento ingestivo, observou-se que os animais passaram mais tempo comendo e menos tempo ruminando conforme o aumento dos níveis de nitrato de cálcio. Não houve efeito da monensina, nem dos níveis de nitrato de cálcio sobre a digestibilidade aparente, excreção dos nutrientes, degradabilidade ruminal, taxa de passagem. Entretanto, a monensina diminuiu a excreção de ureia na urina e a excreção dos derivados de purinas, consequentemente, diminuindo a síntese de nitrogênio microbiano (Nmic). Apesar disso, a eficiência de Nmic não foi alterada. Para os parâmetros de fermentação ruminal, a inclusão dos níveis de nitrato de cálcio reduziu a produção de metano em até 32,4% sem afetar a produção dos AGCC, com exceção do ácido butírico, que apresentou redução de até 25,7%. Adicionalmente não observou-se efeito de ambos os aditivos sobre a concentração de N-NH3, contagem total de protozoários e pH ruminal. O nitrato de cálcio se mostrou eficiente em diminuir a produção de metano ruminal sem influenciar negativamente nos parâmetros de cinética e fermentação ruminal, demonstrando assim ser uma alternativa confiável ao uso na nutrição de ruminantes com vista a mitigação de metano, além de ser uma boa fonte de nitrogênio não proteico para a síntese de Nmic.