Estudo in vivo da atividade antioxidante da própolis vermelha brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Mourão, Luciana Regina Mangeti Barreto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/64/64134/tde-04092013-140620/
Resumo: Dentre os produtos naturais que contém compostos secundários com atividade biológica, está a própolis, uma resina coletada por abelhas Apis mellifera de diversas partes da planta com atividades biológicas tais como, antimicrobiana, antiinflamatória, cicatrizante, anestésica, antiviral e antioxidante. Um tipo diferente de própolis e com perfil químico peculiar, foi denominada de própolis vermelha, a qual possui alto teor de compostos fenólicos, principalmente da classe dos isoflavonoides. De acordo com a literatura, esta própolis possui alta atividade antioxidante in vitro, porém estudos sobre o efeito antioxidante in vivo ainda não são conhecidos. Portanto, o objetivo desse trabalho foi avaliar a atividade antioxidante in vivo do extrato etanólico da própolis vermelha brasileira (EEP) por modelo de experimentação animal, assim como comparar o desempenho in vivo do EEP com antioxidantes de alta atividade e efetividade em sistemas biológicos. Para certificação do alto potencial antioxidante da própolis vermelha utilizada, conforme relatado na literatura , o EEP foi caracterizado quanto ao seu potencial antioxidante por várias metodologias in vitro, além de análises da composição química das substâncias não voláteis e voláteis. A avaliação do perfil químico do EEP incluiu análises como espectrofotometria na região ultravioleta visível, teor de compostos fenólicos totais, cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), cromatografia gasosa acoplada com espectrometria de massas (CG-EM) e CG/EM-Headspace. Para as análises da atividade antioxidante in vitro foram utilizadas as metodologias de CLAE on-line, sequestro do radical ABTSo+; poder de redução do ferro (FRAP) e capacidade de absorbância de radicais de oxigênio (ORAC). No ensaio de avaliação da atividade antioxidante in vivo foi utilizado um delineamento experimental com 50 ratos Wistar machos, divididos em 7 tratamentos: Controle Normal (CTL/N), Controle estressado (CTL-J/APAP), Ácido Ascórbico (AA-J/APAP), Quercetina (Q-J/APAP), Própolis na dose de 150mg/kg (P150-J/APAP), 300mg/kg (P300-J/APAP) e 600mg/kg (P600-J/APAP). Todos os animais, com exceção do grupo CTL/N, foram tratados por 15 dias com os antioxidantes via intragástrica, e, ao 16º dia foram estressados com 800mg/kg de acetaminofen (APAP), via intragástrica, submetidos a 12 horas de jejum e então anestesiados e sacrificados para retirada de sangue e fígado para as análises de função hepática (enzimas ALT, AST e \'gama\'GT), atividade de sequestro de radical superóxido no plasma pela enzima Superóxido Dismutase (SOD), Western Blot para as enzimas SOD e CAT, análise ORAC de plasma e fígado e histopatologia do tecido hepático. O EEP apresentou alto teor de compostos fenólicos (266,8 mg/g) e a presença de isoflavonoides e pterocarpanos, tais como liquiritigenina, isoliquiritigenina, vestitol, neovestitol, formononetina, biochanina, medicarpina, 3,4-diidroxi-9-metoxipterocaroano e 3,8-diidroxi-9-metoxipterocarpano, os quais são peculiares da própolis vermelha. Além disto, foram encontradas altas concentrações das substâncias voláteis \'alfa\'-cubebeno e germacreno D, as quais não são as substâncias majoritárias da própolis vermelha de outras regiões. O EEP também apresentou elevado potencial antioxidante in vitro, tendo o valor de 4,26 mmol/g equivalente de Fe++ para o FRAP, 4,84 e 19.779,7 mmol de trolox para o ABTS e o ORAC, respectivamente. O APAP na dose e via de administração utilizada não gerou um estresse intenso para ser detectável por meio de alguns intermediários de vias e/ou rotas que respondem ao alto potencial oxidante. Porém, e de acordo com os resultados dos ensaios in vivo, a concentração para uso como antioxidante contra o estresse oxidativo se situa entre 150 a 300mg/kg. Portanto, a própolis vermelha brasileira além de alto potencial antioxidante in vitro também apresenta potencial antioxidante benéfico in vivo