\"Saindo do gueto\": o Movimento Homossexual no Brasil da abertura, 1978-1982

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Souza, Rafael de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-13032014-113737/
Resumo: Esta dissertação investiga a problemática da formação do movimento homossexual brasileiro em sua relação com o ciclo de protestos da liberalização e abertura política, no período de 1978-1982. Tendo como norteamento teórico a perspectiva da teoria do processo político, o texto procurou oferecer uma alternativa explicativa que tratasse da dinâmica social interna do movimento homossexual, mas também vinculasse ao contexto político mais amplo. O argumento principal consistiu em resgatar os laços do fenômeno com sua conjuntura, isto é, com o ciclo de protesto da liberalização de 1978 a 1982, de modo a explicar o porquê desse movimento ter surgido no momento em que surgiu. A hipótese central é a de que a inserção dos ativistas em determinados espaços abertos pela dilatação das oportunidades culturais permitiram aos ativistas o re-enquadramento das dimensões do conflito político. Essas oportunidades foram compostas, basicamente, pela imprensa alternativa e pela cultura artística marginal do período. Esses dois espaços de produção e distribuição de bens simbólicos funcionaram como estruturas de mobilização. A inserção dos ativistas nesses espaços e o consumo de bens simbólicos contraculturais resultaram, portanto, em enquadramentos interpretativos e repertórios de ação coletiva voltados para a construção coletiva de uma estética política individualista. Ou seja, essa combinação tornou possível a produção de uma estética da homossexualidade, a construção coletiva de uma identidade política fora do gueto homossexual e, por fim, a vocalização política dos homossexuais.