Vulnerabilidade de pacientes aos acidentes botrópicos no Hospital Vital Brazil do Instituto Butantan - São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Scatena, Camila Morato da Conceição
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-31012014-144235/
Resumo: O acidente ofídico foi incluído recentemente no grupo das doenças negligenciadas pela Organização Mundial da Saúde. Este agravo afeta principalmente os pobres que vivem nas zonas rurais, onde, em geral, os serviços de saúde são insuficientes, com capacidade resolutiva limitada e os anti-venenos podem ser de limitada distribuição (WHO, 2007). Justifica-se, portanto, o presente estudo, tendo em vista a importância epidemiológica dos acidentes ofídicos, que podem conduzir à morte e à incapacidade, além de produzir relevante sofrimento físico daqueles que padecem destes acidentes. O estudo, descritivo transversal, teve como referencial teórico, o conceito de vulnerabilidade. Foram entrevistados 21 pacientes internados no Hospital Vital Brazil (HVB) do Instituto Butantan da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, no período de 2010 a 2012, por meio de instrumento com perguntas abertas e fechadas. A maior parcela dos sujeitos era constituída por pessoas do sexo masculino (95,2%), na faixa etária entre 21 a 30 anos e 51 a 60 (23,8%), casados (%) e que viviam com familiares (57,1%). Eram procedentes principalmente do nordeste (33,3%), todos possuíam moradia de alvenaria e usavam serviço público de saúde (81%). O acidente ocorreu, em maior prevalência no pé (42,9%) ou mão (38,1%). Foram evidenciados potencias condições de vulnerabilidade, em termos das características pessoas e relativas às condições de vida/trabalho, tais como: escolaridade precária, baixa qualificação profissional, trabalho informal, desemprego, insuficiência de renda para viver, falta de água encanada, esgoto e coleta regular de lixo, além da não participação em grupos da comunidade. No momento da ocorrência do acidente, tais sujeitos encontraram-se trabalhando (52,4%) ou em atividade de lazer (47,6%). As perguntas abertas foram objeto de análise por meio de técnica apropriada de análise de discurso e revelaram que a maior parte realizou procedimentos inadequados no local da picada (66,7%) e houve demora superior a 3 horas até a admissão no HVB. Foram também identificadas condições que comprometeram a acessibilidade dos pacientes ao tratamento, como ter que percorrer mais do que uma unidade de saúde para diagnóstico correto e/ou disponibilidade de soro. Conclui-se que é necessário atentar para tais elementos que integra a vulnerabilidade individual, social e programática, por parte da assistência e implementação de políticas sociais e de saúde adequadas, aprimorando, portanto, o Programa Nacional de Controle de Acidentes por Animais Peçonhentos e reduzindo a morbi-letalidade e seqüelas decorrentes desses acidentes